Eu fico aqui escrevendo sobre as deficiências dos elencos dos clubes de Campinas, os bugrinos reclamam da campanha na Série A e os pontepretanos reclamam das alterações do Jorginho. Mas se pararmos pra pensar, acho que vamos chegar à conclusão de que os dois times fazem boas campanhas. A missão do Guarani é disputar a Sul-Americana em 2011 e a da Ponte é voltar ao Brasileirão. Os dois estão dentro de seus objetivos por enquanto e exigir que conseguissem isso com folga talvez seja pedir demais. No Brasileirão, vemos o atual campeão comemorando pontinhos suados para se manter fora da zona de rebaixamento. O Atlético-MG investiu milhões e milhões para correr o risco de voltar à Série B. O Juventude, time de porte médio que há pouco tempo estava em situação melhor do que a dos times campineiros, vai disputar a Série D no ano que vem. Lá fora, não é diferente. Reclamamos que nossos clubes precisam de meias habilidosos e atacantes decisivos. O Milan monta um time com Ronaldinho, Robinho, Pato e Ibra e está em 12º lugar no Campeonato Italiano, com a metade dos pontos de sua rival Inter, que ganhou cinco títulos seguidos. Uma vergonha, convenhamos. O Real galáctico foi eliminado seis vezes seguidas ainda nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Muito dinheiro, muitos craques e fracas campanhas. Não estou dizendo que Guarani e Ponte são melhores do que Milan, Flamengo e Real e muito menos que devem se acomodar com a posição que ocupam agora. Ambos devem crescer sempre, sonhar com mais sempre. Mas acho que imprensa e torcidas precisam reconhecer que o momento de ambos é de aceitável para bom. O Guarani era apontado como “favorito” ao rebaixamento e a Ponte contratou tão mal e começou tão mal que houve quem chegasse a temer pelo rebaixamento à Série C. Os dois times, porém, estão cumprindo seu papel. Precisam ao menos se manter onde estão até a 38ª rodada e se não conseguirem vão amargar um ano de fracasso. Mas é preciso reconhecer que estão no caminho certo, superando a expectativa de muita gente.