A falta de definição sobre o futuro do País congela não só a economia e avanços em políticas públicas
A crise nacional tem deixado todos à beira de um ataque de nervos. A falta de definição sobre o futuro do País congela não só a economia e avanços em políticas públicas. Os futuros candidatos ao cargo de prefeito não sabem o que fazer para discutir suas alianças. Muitas delas dependem dos desdobramentos em Brasília e também de vaga na agenda dos caciques dos principais partidos. Ultimamente eles não querem nem saber da discussão e pediram cancelamento das reuniões. Local O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), por exemplo, tinha uma reunião marcada com Michel Temer (PMDB) esta semana, mas o peemedebista pediu para adiar. O vice-presidente teria informado que gostaria de ficar “mais recolhido” no momento. O prefeito não disse se trataria da eleição com ele, mas o PMDB é um dos partidos que deixaram em aberto o apoio à aliança de Jonas no seu projeto de reeleição. FRASE "Como integrante do PMDB, acho que o partido tem que sair, não tem mais que apoiar este governo, independentemente do impeachment." - Do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao defender a saída do partido do governo. Reunião Apesar de ter cancelado com Temer, o prefeito foi chamado para outra reunião, desta vez, para discutir a crise. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) reuniu alguns aliados para traçar planos, estratégias e ver quais são as possíveis saídas para não paralisar ainda mais a economia. Alckmin, ultimamente, não é dono de grande popularidade. Toda a movimentação deve ser estudada e planejada com cautela. Decisão Os vereadores que decidiram deixar suas legendas também esperam a poeira baixar para tomar suas decisões. Aliás, o grupo dos “sem partido” aumentou nesta quinta (17). Depois de anos de militância e fidelidade ao PDT, Aurélio José Cláudio deixou a legenda. Ele entregou a carta para o presidente do partido em Campinas, Hélio de Oliveira Santos, e alegou “o partido não atende mais minhas ideologias política-partidárias.” Negociações Assim como os demais parlamentares, ele não revelou com qual sigla a conversa está mais adiantada, mas nos bastidores, o comentário é que ele engrossará o time do PSB. Sem bancada Com a saída de Aurélio, o PDT fica sem representação na Câmara. Até o mês passado, eles contavam com dois vereadores, mas Luis Yabiku também se desfiliou. Os pedetistas agora se igualam ao PMDB, que também perdeu toda sua representação, mas não pela abertura da janela e, sim, depois de uma reestruturação promovida no partido. Seu caso A divulgação dos áudios do ex-presidente Lula fez o prefeito cassado Hélio de Oliveira reviver parte do processo do Caso Sanasa. Isso porque ele também teve grampos divulgados, apesar do foro privilegiado. Na época, ele alegou que as gravações eram ilegais. O pedetista apareceu numa conversa com a senadora Marta Suplicy. Os dois falavam sobre o trem de alta velocidade (TAV). Segundo Hélio, as conversas foram republicanas e trataram apenas de investimentos em Campinas. COLABOROU MARIA TERESA COSTA/AAN Impeachment A Câmara dos Deputados, sob o comando de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu nesta quinta a comissão de impeachment contra a presidente Dilma. Entre os indicados está Carlos Sampaio (PSDB-SP). O tucano será titular e, como não poderia ser diferente, disse que não medirá esforços para “colocar fim ao desgoverno Dilma que tanto faz mal ao Brasil”. O deputado federal Luiz Lauro Filho (PSB) não conseguiu uma vaga, mas emitiu um comunicado no qual afirma que o Legislativo tem obrigação de dar uma resposta à sociedade.