FIM DE CARREIRA

Na despedida, Douglas pede perdão ao Guarani

Depois do fracasso na Série A2, goleiro que fez história com a camisa bugrina anuncia a aposentadoria

Carlos Rodrigues
27/03/2014 às 21:01.
Atualizado em 27/04/2022 às 00:45

Quero pedir perdão ao torcedor pelo que aconteceu nessa Série A2. E dizer que tenho 101 jogos pelo clube e, se pudesse pedir uma coisa a eles, é que não lembrassem desses meus dois últimos jogos". Esse foi o último pedido de Douglas como jogador profissional. Nesta quinta-feira (27), ao anunciar a aposentadoria — exatamente no mesmo dia em que completou 34 anos — o agora ex-goleiro do Guarani chorou, lembrou de suas conquistas, admitiu que foi vencido pelos problemas físicos e assumiu parcela da responsabilidade pelo fracasso do time na busca pelo acesso.Definitivamente não foi o final de carreira que Douglas planejava. Quando retornou ao Guarani, no final do ano passado, gerou imensa expectativa pela identidade que sempre teve com o clube. O destino, no entanto, foi cruel. Depois de um bom início de campeonato, as dores resolveram aparecer. Com elas, a queda de rendimento e a certeza de que era hora de tomar uma das decisões mais difíceis da vida."Eu quis muito, abri mão de muita coisa, acreditando que daria certo, mas não deu. Fui contra até às minhas limitações físicas e acabei errando por querer muito. Agora, me questiono porque não avisei antes que não estava me sentindo bem, mas errei porque quis muito", disse o jogador, que falhou nos últimos dois jogos que fez pelo clube (contra Guaratinguetá e Catanduvense) e não deixou de assumir a bronca. "Não posso negar que tenho minha parcela de culpa. Eu vinha fazendo um campeonato sem erros, mas não voltei bem da lesão e acabei prejudicando o time."Se dependesse apenas do goleiro, ele talvez até reunisse forças para querer continuar, mas o ambiente familiar e a dor compartilhada pela esposa e filhos também foram decisivos em tudo que aconteceu. "Quando um jogador machuca ou joga mal, a família inteira sente. Nos últimos quatro anos, tive 15 contusões e nas 15 vezes em que cheguei em casa, vi minha família chorando. Isso aí não é vida, então eu tinha que entender que não aguentava mais isso", revelou Douglas, que chegou até mesmo a buscar ajuda de médicos particulares sem avisar o clube. "Foi o meu erro não ter avisado que não poderia render aquilo que esperavam de mim."Disposto a continuar militando no futebol, Douglas espera contribuir fora dos campos e aumentar o legado que deixou quando esteve dentro das quatro linhas. "Deixo uma impressão de honestidade e trabalho. Nunca fiz sacanagem com ninguém. Quem trabalhou comigo, sabe que trabalhou com um cara que foi profissional ao extremo."

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