JOGO RÁPIDO

Não há desculpa

Coluna publicada na edição de 7/3/2018 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
07/03/2018 às 07:52.
Atualizado em 22/04/2022 às 16:35

Todas as desculpas que Eduardo Baptista utilizou após a derrota de segunda-feira para o Bragantino são, digamos, justas. O treinador da Ponte Preta citou o volume de jogo de sua equipe, que mandou duas bolas na trave de Alex Alves. Também falou que o Bragantino quase não finalizou, o que é verdade. Segundo o Footstats, além do gol, os visitantes conseguiram mandar apenas uma bola em direção ao gol de Ivan. Por fim, a Macaca entrou em campo com cinco desfalques. É muita coisa para qualquer equipe, principalmente para quem tem um elenco jovem e em formação. Todos esses fatores são mais do que suficientes para justificar um tropeço em casa diante de um adversário que vive bom momento não apenas no Paulistão, mas também na Copa do Brasil. O problema é que a Ponte Preta vem muito mal no campeonato. É inacreditável que tenha chegado à 10ª rodada do Paulistão sem vencer ao menos uma vez em Campinas. Dos cinco duelos no Majestoso, três foram contra equipes do Interior. E dos nove pontos disputados com Linense, Novorizontino e Bragantino, o time foi capaz de ganhar apenas um. Não há desculpa para uma performance como essa. Eu sei que a torcida não aceita nem o rebaixamento na Série A, mas compreendo que qualquer time fora do grupo dos 12 grandes tenha dificuldade para se manter na elite nacional. Com cotas bem menores, é difícil ficar na Série A. O rebaixamento de 2017 foi doloroso, mas é, do ponto de vista esportivo, compreensivo. No Paulistão, é diferente. Em 2017, com direito a três jogos de mata-mata com grandes do Estado, a Ponte conquistou 58,3% dos pontos disputados em casa. Agora, com cinco partidas apenas da primeira fase, tem um péssimo aproveitamento de 13,3%. Não há desculpa para uma campanha como essa em um campeonato em que a maioria dos participantes tem estrutura e orçamentos inferiores aos da Ponte. Faltam duas rodadas e, ao que tudo indica, a Ponte vai manter o treinador no cargo, embora as chances de classificação sejam remotas e o risco de rebaixamento, razoável. É uma decisão difícil de se tomar. Eduardo Baptista não conseguiu evitar o rebaixamento em 2017 e largou muito mal em 2018. Talvez consiga se reerguer e terminar o ano bem, como projetou na entrevista. Mas é muito difícil encontrar um só torcedor que acredite nisso. Torcedores são passionais e dirigentes são profissionais do futebol. À Ponte, resta torcer para que a leitura de sua diretoria esteja correta e que a equipe consiga, a partir do jogo de amanhã com o Red Bull, mostrar que sabe jogar como uma verdadeira dona da casa no Majestoso.

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