Além da aposta em equipamentos e sistema mais modernos, CPFL busca a participação do ator principal, o consumidor
Família beneficiada por doação de refrigeradores mais econômicos, ação que faz parte dos esforços para aumentar a eficiência energética ( Divulgação)
A incansável busca por gerações renováveis de forma limpa e verde aliada a ações que poupam energia deixou de ser meta da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Energia) para se tornar compromisso. Em um mundo cada vez mais necessitado de opções econômicas, cenário potencializado pela crise hídrica, nada melhor do que ver ideias, mesmo as velhas, saírem do papel. Os investimentos que norteiam a casa dos milhões começam a dar o retorno e a certeza de que mudar é preciso.Segundo Luiz Carlos Lopes Junior, gerente de eficiência energética da CPFL, além da aposta em equipamentos e sistema mais modernos, a empresa busca a participação do ator principal, o consumidor. Para isso, não mede esforços para chegar às comunidades de sua abrangência com projetos para a conscientização de que é preciso poupar hoje para ter amanhã. “Realizamos palestras, distribuímos manuais e implementamos ações sobre a sustentabilidade do planeta. Não queremos ter lucro com desperdício, queremos que o cliente seja um consumidor inteligente, com melhores hábitos de consumo”, diz o gerente.Com base nos dados da entidade, não é viável nem economicamente positivo construir uma nova usina para abastecer a região que atende e sim adotar um programa de consumo no qual evita-se o desperdício, a chamada usina virtual. Usar apenas o necessário, adotar equipamentos com selo de eficiência, ou seja, os mais econômicos na escala e fazer manutenção preventiva para evitar danos que provoquem vazamento de energia são algumas dicas que a população conhece, mas por algum motivo ainda não adota totalmente. Periodicamente, a CPFL visita as comunidades de baixo poder aquisitivo, com clientes residenciais beneficiados pela tarifa social de energia, para avaliar a situação. Em uma delas, trocou gratuitamente os refrigeradores e chuveiros obsoletos por outros mais modernos e econômicos, fez a regularização de ligações clandestinas, doações de padrões internos de energia — os chamados postinhos —, além de projetar e instalar sistema solar de aquecimento de água. “Temos uma comissão de consumo inteligente que faz o levantamento e a checagem dos fatos, para só depois, confirmar a troca. Se pudéssemos, faríamos em todos os locais carentes, porém, temos um recurso limitado para o programa e trâmites legais”, diz Luiz Carlos. Quem recebe precisa fazer o bom uso e assumir o compromisso com o meio ambiente.Os refrigeradores substituídos são destinados à cadeia reversa, com o encaminhamento para a separação do gás para evitar contaminação e reaproveitamento de materiais.Para reforçar a orientação, criou os programas CPFL nas Escolas e Caravana RGE. Ambos capacitaram professores e educadores de escolas das redes municipal e estadual de ensino localizadas nas áreas de concessão da CPFL Paulista, da CPFL Piratininga e Rio Grande Energia (RGE). Essas pessoas tornaram-se, em suas respectivas escolas, multiplicadores de informações sobre o uso racional e seguro da energia nas salas de aula. O programa, realizado em parceria com as prefeituras municipais e entidades estaduais, contempla também a visita da unidade móvel educacional na cidade, uma carreta equipada com uma série de equipamentos que mostram, de maneira prática e divertida, as origens da energia elétrica e como utilizá-la de maneira inteligente. “Nossa proposta é continuar a mobilizar o mundo acadêmico, pois percebemos que os professores estão colocando cada vez mais de maneira interdisciplinar o uso eficiente de recursos. Eles produzem um material muito rico e, como reconhecimento, fazemos uma premiação no final com prêmios. Trata-se de uma maneira de incentivar os alunos que estão mais interessados e costumam multiplicam para os pais e parentes. Certa vez estive em uma escola em Itatiba e vi, pelas perguntas, que as crianças estão por dentro do assunto e mesmo assim querem saber mais”, afirma.SAIBA MAIS- A CPFL Energia aplicou, em 2014, mais de R$ 57 milhões em investimentos de eficiência energética distribuídos nos 571 municípios atendidos pela concessionária nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, conforme aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). - Prédios públicos e hospitais ganharam melhoria da qualidade dos sistemas de iluminação, visando o atendimento às necessidades locais e redução do desperdício de energia e otimização dos sistemas energéticos. São substituídos os equipamentos obsoletos por outros mais eficientes. Os serviços públicos recebem avaliação e proposição de intervenções energeticamente mais eficientes em serviços públicos de água e esgoto com foco na automação, construção de reservatórios e substituição de equipamentos por modelos de alta tecnologia e eficiência. Para os projetos industriais, a empresa realiza elaboração de projetos e execução de obras com foco na eficiência energética dos processos, equipamentos e sistemas energéticos industriais.- Os prédios da companhia também entram na onda da economia, já que o exemplo vem de dentro. As torneiras estão equipadas com dispositivos para diminuir a vasão, as lâmpadas econômicas são apagadas sempre que não houver necessidade de uso e a palavra sustentabilidade é sempre levada aos colaboradores que participam ativamente.ReflorestamentoSempre que há a necessidade de construção de uma nova subestação, linhas ou antenas, a CPFL executa a compensação ambiental com o reflorestamento, promovendo plantio de mudas de árvores na área. Como haviam vários reflorestamentos vinculados a cada trecho, o reflexo era mínimo. Em 2011, a companhia percebeu que precisava mudar o sistema ou todo o plantio não traria resultados significativos, já que as mudas, apesar da quantidade — entre 200 e 500 — ficavam espalhadas e limitadas a uma região.“A iniciativa foi negociar junto a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e unidades de conservação do Estado de São Paulo, o plantio dentro dessas reservas. Dessa forma, conseguimos não só ser quantitativos, mas também qualitativos, com o Programa Preserva”, explica Robson Tanaka, gerente de meio ambiente da CPFL Energia.O novo método, além de aumentar a efetividade do programa de reflorestamento também foi mais eficiente no uso dos recursos, uma vez que o custo por hectare na metodologia nova é 50% mais barato do que pela antiga, o chamado plantio pulverizado.Outra vantagem foi poder trabalhar com maior diversidade de espécies, cerca de 80, e da contribuição, pois há áreas não ocupadas por espécies nativas. O controle também é um ponto pró, uma vez que essas áreas são protegidas e monitoradas, e quase não há perdas por incêndios.Segundo informações da CPFL, serão plantados 103 hectares de mudas neste estágio atual do projeto, sendo 80 hectares no Banco de Muda Mata Atlântica São Simão – Estação Ecológica de Santa Maria, 20 hectares no Banco de Muda Cerrado Luiz Antônio – Estação Experimental de Luiz Antônio e três hectares no Banco de Muda Mata Atlântica Baixada Santista – Parque Estadual da Serra do Mar. Todas essas áreas ficam no Estado de São Paulo. Até hoje, a companhia já fez o plantio em 51 hectares no São Simão, de 20 hectares no Luiz Antônio e de três hectares na Baixada Santista. Para o futuro, o plano é totalizar o plantio de 469 hectares de mudas distribuídos nos três bancos. Para se ter uma ideia, isso equivale a 568 campos do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.