Obra vai reparar danos na estrutura do imóvel onde artista morou em Brodowski
Para que a arte seja eterna, sua história deve ser preservada. Por este motivo, o Museu Casa de Portinari, em Brodowski, passa por uma ampla reforma desde janeiro. A casa onde Candido Portinari viveu boa parte de sua infância e juventude está sendo totalmente reestruturada para que o acervo do pintor seja conservado da melhor maneira possível. Com aporte do governo estadual, a obra tem duração prevista de 15 meses e está avaliada em R$ 2 milhões.
Construída há mais de um século, a casa tem um valor histórico imensurável. Foi diretamente em suas paredes que Portinari pintou afrescos e têmperas até hoje preservados. E para evitar novas rachaduras no imóvel, em decorrência do passar dos anos, operários estão injetando caldas de cimento para fortalecer a estrutura local. Boa parte do telhado e do piso também deve ser trocada.
“Essa obra era uma reivindicação nossa, para solucionar esses problemas estruturais e preservar o grande legado, a grande herança que Portinari deixou, que são essas pinturas e esses afrescos nas paredes”, afirmou Angelica Fabbri, diretora do Museu. Segundo ela, todo o mobiliário do espaço foi retirado por uma equipe especializada e levado para um local sigiloso, por motivos de segurança.
Técnicos do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) acompanham a evolução das obras.
PROGRAMAÇÃO CONTINUA
Apesar de estar fechado para visitação desde julho de 2012, quando tiveram início as inspeções para avaliar as necessidades da obra, o Museu Casa de Portinari mantém uma programação intensa “extra muros”. São realizadas diversas atividades com a comunidade, como exposições, oficinas, cursos de arte, projetos em escolas e até ações com público de vulnerabilidade social. “Acho isso fundamental, pois Portinari sempre foi um artista comprometido com as questões, as causas sociais do tempo dele”, lembrou Angelica.
Em frente ao Museu foram colocados cartazes que abordam um pouco da história de Candido Portinari, em uma iniciativa para não deixar “órfão” um provável visitante que desconheça a reforma.