SANTA BÁRBARA

Município sofre com a falta de espaço em cemitério

A capacidade está esgotada desde o final de 2012 e quem não tem jazigo tem de espera exumação

Bruno Bacchetti
28/10/2013 às 16:32.
Atualizado em 26/04/2022 às 07:27
Vista do Cemitério Cabreúva, em Santa Bárbara d´Oeste, que está lotado (Edu Fortes/AAN)

Vista do Cemitério Cabreúva, em Santa Bárbara d´Oeste, que está lotado (Edu Fortes/AAN)

A antiga expressão “não ter onde cair morto” se encaixa perfeitamente na situação atual do Cemitério da Paz, conhecido como Cemitério Cabreúva, em Santa Bárbara d’Oeste. O cemitério municipal está com a capacidade esgotada e desde o final do ano passado não vende mais jazigos. Para piorar a situação, o Campo da Ressurreição, outro cemitério municipal e mais antigo da cidade, também não tem mais espaço — são 4.172 mil sepulturas, sem condições de expansão. Quem não tem jazigo no Cemitério da Paz é sepultado somente após a exumação de familiares que estão enterrados no local. Outra opção é o Cemitério Parque dos Lírios, no limite com Americana, que é particular. Segundo a Prefeitura de Santa Bárbara, são feitos cerca de 50 sepultamentos por mês no município.Para sanar o problema da superlotação, a Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste planeja ampliar o Cemitério da Paz. A última expansão foi realizada no ano passado pelo então prefeito Mário Heins, com a construção de 400 túmulos. No entanto, apesar do município ter obtido a Licença de Instalação da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) para a expansão em julho do ano passado, ainda não há data para o início das obras por falta de recursos financeiros.“Atualmente há uma rotatividade por conta da exumação e de túmulos pertencentes às famílias, onde mais de um corpo pode ser sepultado. A Prefeitura finaliza os trâmites para ampliação do Cemitério da Paz. Não foi previsto em anos anteriores o orçamento para a execução dos serviços. Diante disso, a Prefeitura trabalha para executar estas obras nos próximos anos”, explicou a Administração, por meio da assessoria de imprensa.Apesar da falta de espaço no cemitério municipal, moradores vizinhos são contrários à expansão. Eles temem que os novos túmulos fiquem muito próximos das residências, e acusam as administrações anteriores de descaso. “O problema no cemitério é antigo. Antes de ser murado, tinha uma cerca viva e alambrado, com os túmulos à mostra, e foi uma briga para colarem o muro. Não gostaria que colocassem mais covas, mas uma hora terá que ser ampliado. As administrações anteriores deveriam ter construído outro cemitério há oito ou nove anos atrás”, afirmou a dona de casa Roseli Peressin, de 53 anos, que mora ao lado da área de expansão do cemitério.Além de ausência de espaço para novos túmulos, ela reclama da limitação no velório municipal. “Essa área de ampliação poderia ser utilizada para fazer outro velório municipal. O atual só tem seis salas e tem dias que ficam corpo esperando”, acrescentou Roseli. Prazo para ampliaçãoA Licença de Instalação emitida pela Cetesb determina que as obras de expansão sejam iniciadas num prazo de três anos. Ou seja, a Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste tem até julho de 2015 para realizar a ampliação do cemitério, sob pena de ter a licença expirada.O documento permite o início imediato das obras, desde que sejam atendidas mais de duas dezenas de normas técnicas, como encaminhamento dos efluentes líquidos para a rede coletora de esgotos; distância superior a 1,5 metro das sepulturas ao nível mais alto do lençol freático; implantação de um sistema de captação de gases gerados na decomposição dos corpos e um projeto de contenção de erosões.Antes do início das operações da área ampliada, a Prefeitura ainda terá que obter a Licença de Operação, a qual não será concedida caso não tenham sido atendidas as exigências técnicas da Licença de Instalação.Atualmente o cemitério ocupa 39 mil metros quadrados e possui 6.172 túmulos. A área a ser ampliada é de pouco mais de 9 mil metros quadrados e vai estender o cemitério até a Rua Mato Grosso, no bairro Santa Cecília. Após a ampliação serão 900 novos túmulos, totalizando mais de 7 mil sepulturas e 48 mil metros quadrados de área. Situação diferenteCidade com pouco mais de 15 mil habitantes, Engenheiro Coelho vive situação oposta à de Santa Bárbara d’Oeste. Ao contrário do município que sofre com a falta de espaço para sepultamentos, em Engenheiro Coelho sobram vagas no Cemitério das Primaveras, inaugurado há pouco menos de dois anos. Construído em uma área de 22,5 mil metros quadrados, o local tem capacidade para 1,5 mil sepultamentos. No entanto, somente 64 corpos estão enterrados no cemitério, que recebe uma média inferior a três sepultamentos por mês desde que foi inaugurado, em 15 de dezembro de 2011. “Já ficamos cerca de três meses sem enterrar ninguém”, informou a Prefeitura através da assessoria de imprensa.A primeira pessoa sepultada no cemitério de Engenheiro Coelho foi Evangelista Joaquim de Araújo, de 48 anos, enterrado justamente no dia em que o cemitério abriu as portas.O Cemitério das Primaveras está localizado no bairro Conceição, em uma estrada vicinal de terra vermelha batida a aproximadamente um quilômetro do Centro. Antes da construção do espaço, os moradores tinham que se deslocar a cidades vizinhas para enterrar seus entes. Poucos meses depois de ser inaugurado, o cemitério sofreu ações de vandalismo. Portas do setor administrativo e dos banheiros foram destruídas, mas nada foi roubado. Para evitar novas ações do tipo, a Prefeitura de Engenheiro Coelho determinou que um vigia fizesse a segurança do local por 24 horas. Novos crematóriosA Região Metropolitana de Campinas terá no ano que vem dois crematórios para atender toda a população da região. Um deles será em Campinas, dentro do Parque Nossa Senhora da Conceição, conhecido como Cemitério dos Amarais. Particular, o outro crematório, Eco Parque In Memoriam, será instalado no município de Santo Antonio de Posse. A previsão é que ambos iniciem as operações no primeiro semestre de 2014.O prédio do Crematório Municipal de Campinas já está pronto. Segundo a Prefeitura, até o fim do ano será aberta a licitação para o forno. O local ocupará área total de 600 metros quadrados e seu interior abrigará duas salas para velório, área para café, sala de estar e anfiteatro para acompanhamento da cremação. Inicialmente, o crematório contará com um forno com capacidade para cremar até 12 corpos por dia, individualmente, e tem espaço para a colocação de mais um forno. A expectativa é de que ele tenha uma demanda inicial de aproximadamente 15 cremações por mês e comece a funcionar entre março e junho do ano que vem.O crematório particular Eco Parque In Memoriam, de Santo Antonio de Posse, está em fase final de acabamento. O local terá 1,8 mil metros quadrados, capacidade para cremar até 15 corpos e de receber cinco velórios por dia. O crematório já tem a Licença de Instalação da Cetesb e assim que o espaço estiver pronto será solicitada a Licença de Operação.“Estamos fazendo tudo de acordo com a legislação e trabalhamos com a previsão de iniciar as atividades até o meio do ano que vem. A obra está adiantada e a maior dificuldade é conseguir mão de obra para finalizar os acabamentos, que vamos trazer do Paraná”, explicou Sidney Evaristo Ferreira, administrador do crematório.

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