NA CAÇA

Zimbábue pede extradição de americano que matou leão Cecil

A ministra do Meio Ambiente do país africano, Oppah Muchinguri, quer que o dentista Walter Palmer, que matou o animal, seja julgado pelas infrações que cometeu

France Press
correiopontocom@rac.com.br
31/07/2015 às 23:33.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:56

A ministra do Meio Ambiente do Zimbábue, Oppah Muchinguri, lamentou que Walter Palmer não tenha sido detido em território africano (France Press)

O Zimbábue exigiu, nesta sexta-feira (31), a extradição do caçador norte-americano que matou, no início de julho, o leão Cecil, estrela da reserva natural de Hwange.Cecil, macho dominante do parque, era conhecido pela incomum juba preta e era objeto de pesquisa científica sobre a longevidade dos leões da universidade britânica de Oxford, que equipou o bicho com uma coleira. O dentista norte-americano Walter Palmer, que matou o leão mais famoso do Zimbábue, disse que foi enganado por seus guias locais e que acreditava estar caçando dentro da lei. "Pedimos às autoridades competentes sua extradição ao Zimbábue, para que possa ser julgado pelas infrações que cometeu", declarou a ministra do Meio Ambiente do Zimbábue, Oppah Muchinguri.A ministra lamentou que Palmer não tenha podido ser detido em território zimbabuano, pois quando o escândalo veio à tona, o americano "já havia tomado o rumo de seu país natal". No entanto, é pouco provável que a ação seja bem-sucedida. Embora exista um tratado de extradição entre os dois países, o porta-voz adjunto do departamento de Estado norte-americano, Mark Toner, explicou que a demanda deveria ser apresentada diante de um tribunal nos Estados Unidos."É o secretário de Estado que toma a decisão final de extraditar ou não uma pessoa", informou Toner, que disse que é levado em conta "a questão humanitária e a possibilidade da pessoa ter um julgamento justo". A ministra chegou a acusar o caçador norte-americano de querer "danificar a imagem do Zimbábue e deteriorar ainda mais a relação entre o país e os Estados Unidos". Lei CECILO caçador profissional Theo Bronkhorst afirmou, nesta sexta, à AFP que não fez nada de errado ao acompanhar o americano Walter Palmer durante a caçada que acabou na morte do leão Cecil, símbolo do Zimbábue."Não acho que faltei com nenhum de meus deveres. Fui contratado por um cliente para organizar uma caçada para ele e disparamos contra um leão macho velho, que, para mim, superou sua idade reprodutiva, e acho que não fiz nada de ruim", declarou.O tribunal de Hwange, competente para julgar o caso, apresentou acusações contra o operador do safári de caça Theo Bronkhorts, que antes era conhecido por sua profissionalidade.Bronkhorts foi acusado por "não ter impedido uma caça ilegal" e foi colocado em liberdade vigiada antes do início do julgamento, em 5 de agosto.Honest Ndlovu, o proprietário da fazenda onde o leão foi caçado, provavelmente será acusado na próxima semana.O caçador americano, alvo dos militantes da causa animal em seu país, defendeu sua boa fé e manifestou seu arrependimento em um comunicado divulgado na terça-feira (28), sem dar sua versão dos fatos.Segundo uma ONG do Zimbábue, o leão teria sido atraído para fora da reserva de Hwange, depois caçado, ferido com uma flecha e finalmente morto após ficar 40 horas encurralado.Nos Estados Unidos, o senador Robert Menéndez não demorou a reagir. O democrata apresentou, nesta sexta, um projeto de lei que proibiria o tipo de caça que resultou na morte de Cecil. O texto, denominado CECIL (siglas em inglês de "Conservar os Ecossistemas Cessando a Importação de Animais") ampliaria as restrições à importação e exportação de espécies em perigo, uma lei que data de 1973. A extensão da norma incluiria os animais que, embora não estejam catalogados como ameaçados, tenham aparecido em propostas de classificação de risco.

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