Vaticano pode reconhecer bispos nomeados pela China. (Divulgação)
O Vaticano se aproxima de um histórico acordo com a China comunista sobre o tema crucial da nomeação dos bispos, após a decisão de reconhecer sete deles que foram designados por Pequim, afirmou à AFP uma fonte próxima ao caso. "As coisas se movimentam", disse a fonte, confirmando uma informação do jornal americano Wall Street Journal. A fonte, no entanto, não indicou quando o acordo poderia ser anunciado, mas com certeza demoraria em função da complexidade das negociações iniciadas há três anos entre China e Vaticano.Entre os sete bispos que seriam oficialmente reconhecidos pelo papa Francisco, três foram oficialmente excomungados pelo Vaticano, afirmou uma fonte da Igreja chinesa.Os 12 milhões de católicos chineses estão divididos entre uma "associação patriótica", cujo clero é escolhido diretamente pelo Partido Comunista, infringindo assim a regra de obediência ao papa, e uma Igreja não oficial, cujos bispos nomeados pelo Vaticano são tolerados mas não reconhecidos pelo governo de Pequim.A situação, no entanto, é um pouco mais complexa, pois no passado o Vaticano já "aceitou" alguns bispos nomeados por Pequim. O número dois do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, disse na quarta-feira em uma entrevista ao site Vatican Insider que "não existem duas igrejas na China, e sim duas comunidades de fiéis que estão destinadas a seguir para uma progressiva reconciliação que as leve à unidade".China e Vaticano não têm relações diplomáticas desde 1951.