INTERNACIONAL

UE e América do Sul buscam apoio de aliados de Maduro para realizar eleições

Um grupo de países que promove eleições livres na Venezuela acordou nesta segunda-feira (3) nas Nações Unidas buscar o apoio de aliados do governo de Nicolás Maduro, ampliando os esforços para alcançar uma solução pacífica para a longa crise que castiga o país

AFP
03/06/2019 às 17:50.
Atualizado em 31/03/2022 às 00:49

Um grupo de países que promove eleições livres na Venezuela acordou nesta segunda-feira (3) nas Nações Unidas buscar o apoio de aliados do governo de Nicolás Maduro, ampliando os esforços para alcançar uma solução pacífica para a longa crise que castiga o país."Decidimos implementar um programa para chegar aos países que estão diretamente envolvidos em apoiar o regime ilegítimo de Maduro para que sejam parte da solução", disse o chanceler peruano, Néstor Popolizio, após se reunir com seus contrapartes de Chile e Canadá (em nome do Grupo de Lima), com a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e chanceleres de Portugal e Uruguai pelo Grupo de Contato Internacional sobre a Venezuela (GCI).Popolizio não mencionou especificamente Rússia, Cuba, Bolívia ou Nicarágua, mas assegurou que o objetivo é convencer os aliados de Maduro da necessidade de uma solução pacífica "para que haja uma transição na Venezuela e se convoque eleições livres e justas".O Grupo de Lima, mais antagônico a Maduro que o GCI, celebrará no começo de agosto na capital peruana uma conferência "para a recuperação da democracia na Venezuela" e convidará todos os países que tiverem esta meta, disse à AFP o embaixador peruano na ONU, Gustavo Meza-Cuadra.Mas antes, o Grupo de Lima, criado em agosto de 2017 e integrado por uma dúzia de países latino-americanos e pelo Canadá, se reunirá em 6 de junho na Guatemala para abordar a crise.- "Retórica destrutiva" -Após duas horas de reuniões na sede das Nações Unidas, em Nova York, os chanceleres divulgaram uma declaração conjunta na qual indicam que "embora a solução deva ser venezuelana, o impacto regional da crise requeira que a região e a comunidade internacional desempenhem um papel muito ativo para apoiar um pronto retorno à democracia na Venezuela".Embora não quisessem falar da mediação da Noruega na crise política, que não deu frutos no primeiro encontro frente à frente entre o governo e a oposição em Oslo, na semana passada, disseram que "apoiam todos os esforços em andamento" para chegar a eleições livres."Não rejeitamos uma iniciativa pacífica. Quem quer que seja amigo da Venezuela, qualquer um que queira ajudar é bem-vindo", disse a jornalistas o vice-embaixador russo na ONU, Dmitri Polianski, consultado sobre a reunião."Estamos defendendo uma solução baseada no diálogo, primeiro e antes que mais nada em respeito à Constituição venezuelana e à lei internacional", acrescentou. "Ainda há muita retórica destrutiva que deve parar".Também deram seu apoio à Assembleia Nacional da Venezuela, "eleita democraticamente" e presidida pelo líder opositor, Juan Guaidó, e pediram a Maduro para "restaurar e respeitar totalmente seus poderes, assim como libertar todos os prisioneiros políticos".Os dois grupos coincidiram na gravidade da situação humanitária na Venezuela, que sofre com uma crescente escassez de medicamentos, combustível e energia elétrica, bem como o êxodo de três milhões de venezuelanos desde 2015, e asseguraram que continuarão denunciando as violações dos direitos humanos junto aos órgãos internacionais correspondentes.Estados Unidos e mais de meia centena de países reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela. Ele se autoproclamou como tal em 23 de janeiro, depois que o Parlamento declarou ilegítima a reeleição de Maduro.Até agora, o líder opositor fracassou em tirar do poder o presidente socialista.A ONU estima que um quarto da população venezuelana precise de ajuda humanitária e que 5.000 venezuelanos deixem o país a cada dia.O GCI, que promove eleições livres na Venezuela, é integrado por Alemanha, França, Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido, assim como Bolívia, Equador, Uruguai e Costa Rica.

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