Segundo o jornal Hurriyet, o Youtube acatou as exigências das autoridades de retirar as imagens de um promotor assassinado
Promotor turco, Mehmet Selim Kiraz, sob a mira de uma pistola de um dos sequestradores (France Press)
As redes sociais voltaram a ser acessíveis nesta terça-feira na Turquia, depois da suspensão do bloqueio que ainda afetava o Youtube para impedir a divulgação de imagens de um promotor morto durante um sequestro na semana passada.Segundo o jornal Hurriyet, o Youtube acatou as exigências das autoridades de retirar as imagens do promotor, como já haviam feito Twitter e Facebook. O acesso às três redes sociais e a mais de 150 sites foi bloqueado durante várias horas na segunda-feira (6) por ordem de um juiz de Istambul, que considerou que as imagens do promotor Mehmet Selim Kiraz com uma pistola apontada para a cabeça eram "propaganda terrorista" e perturbavam a ordem pública.O promotor Kiraz foi sequestrado em 31 de março e mantido como refém durante mais de seis horas por dois militantes armados de um grupo de extrema-esquerda turco, que publicou fotografias do magistrado nas redes sociais. O promotor e os dois sequestradores morreram durante uma intervenção da polícia. A decisão judicial provocou indignação de internautas turcos, opositores e de ONGs de defesa da liberdade de expressão.Há um ano, o governo turco aprovou várias medidas polêmicas para tentar controlar a internet e as redes sociais, apontadas como culpadas de divulgar as acusações de corrupção contra o presidente Recep Tayyip Erdogan e vários membros de sua equipe. O Parlamento turco votou no mês passado um dispositivo que autoriza o governo a bloquear um site sem a permissão da justiça, uma medida que, no entanto, havia sido censurada pelo Tribunal Constitucional ano passado.