INTERNACIONAL

Trump garante que não mandou esconder navio 'USS McCain'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (30) que não se importava com o fato de um destróier da Marinha americana ter o nome do falecido senador John McCain, seu rival político, e garantiu que não ordenou que o navio fosse escondido durante sua viagem ao Japão

AFP
30/05/2019 às 13:30.
Atualizado em 03/04/2022 às 09:22

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (30) que não se importava com o fato de um destróier da Marinha americana ter o nome do falecido senador John McCain, seu rival político, e garantiu que não ordenou que o navio fosse escondido durante sua viagem ao Japão."Não sei o que aconteceu, não estive envolvido. Não fiz isso", declarou Trump aos jornalistas na Casa Branca, ao ser consultado sobre o incidente reportado pela imprensa de que o governo pediu, por ocasião da recente visita do presidente ao Japão, que o navio "USS McCain" fosse escondido de sua vista."Não era um simpatizante de John McCain e nunca serei", acrescentou Trump, reconhecendo que esteve com "muita raiva" do falecido senador, também do Partido Republicano, que bloqueou seus esforços em 2017 para acabar com a reforma do sistema de saúde de seu antecessor Barack Obama."Mas certamente não me importo se há um barco com o nome de seu pai", declarou em referência ao navio, originalmente batizado em homenagem ao avô e pai de McCain, ambos almirantes da Marinha americana, e depois também ao senador homônimo.Mais cedo, o secretário interino da Defesa, Patrick Shanahan, que está na Ásia, já havia negado as informações."Jamais autorizei nem aprovei qualquer ação, ou movimento de qualquer tipo, em referência a este navio", afirmou."Além disso, jamais teria desonrado a memória de um grande patriota como John McCain", disse Shanahan no avião que o levava a Singapura, onde participará de uma conferência regional sobre Defesa.O "Wall Street Journal" informou que o nome do destróier lança-mísseis "USS McCain", danificado em uma colisão em 2017, foi ocultado temporariamente após um pedido da Casa Branca."O 'USS John McCain' precisa ficar fora da vista", afirmou o e-mail de um comandante militar americano, ao qual o jornal teve acesso, antes da viagem presidencial.Em reparos na base americana de Yokosuka, onde Trump pronunciou um discurso na terça-feira a bordo de outra embarcação, o navio em questão estava em uma posição de difícil deslocamento.O nome foi, então, escondido por uma lona e os marinheiros liberados por um dia, completa o "Wall Street Journal", que cita fontes que acompanharam o caso.A lona foi retirada por uma razão desconhecida e uma embarcação foi deslocada para bloquear a visão do navio."Todos os navios conservaram sua posição habitual durante a visita do presidente", garantiu à AFP um porta-voz da 7ª Frota, antes de indicar que as fotografias que mostram a lona foram feitas antes da chegada de Donald Trump."Não fui informado de nada que tenha a ver com o navio da Marinha 'USS John S. McCain' durante minha recente visita ao Japão", reagiu o presidente no Twitter na quarta-feira à noite.Acusado pelo WSJ, Shanahan afirmou, inicialmente, por meio de um porta-voz, que "não estava a par da ordem de deslocar o 'USS John S. McCain', nem das razões que motivaram a ordem".Questionado em Jacarta durante um encontro com a imprensa, ele negou que estivesse a par. "É a primeira vez que ouço falar sobre isto. Tenho que me informar um pouco mais", disse.Ele retornou ao tema depois de deixar Jacarta e afirmou que "nunca teria faltado com o respeito aos homens e mulheres da tripulação deste navio".O secretário disse que ordenou a seu chefe de gabinete uma investigação sobre o caso. "Os militares devem fazer seu trabalho, e seu trabalho é não interferir na política", completou.Donald Trump e John McCain nunca esconderam o desprezo mútuo. O milionário, que foi dispensado do serviço militar, ironizou em 2015 o status de herói da guerra do Vietnã do falecido senador. McCain foi prisioneiro e torturado durante cinco anos.Figura respeitada da política americana, McCain retirou seu apoio à candidatura de Trump na eleição presidencial de 2016.Vítima de um câncer cerebral, McCain faleceu em 25 de agosto de 2018, aos 81 anos. Fez questão de anunciar que não desejava a presença de Trump em seu funeral.sdu-sl-anb/lb/mar/zm/fp/tt

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