A fala ocorre em meio ao cessar-fogo prometido para o domingo de Páscoa, que terminou com denúncias de descumprimento por parte dos dois países
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusou a Rússia de manter bombardeios durante o período. Por outro lado, Moscou afirmou que forças ucranianas atacaram posições russas na região de Donetsk, também violando a trégua. (Reprodução Internet)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia firmem um acordo “nesta semana”. A declaração foi feita em publicação na rede social Truth Social, na qual Trump disse que os dois países “começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna”.
A fala ocorre em meio ao cessar-fogo prometido para o domingo de Páscoa, que terminou com denúncias de descumprimento por parte dos dois lados. O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusou a Rússia de manter bombardeios durante o período. Por outro lado, Moscou afirmou que forças ucranianas atacaram posições russas na região de Donetsk, também violando a trégua.
Entenda as tentativas de paz na Ucrânia
No domingo, um analista de segurança de Odessa disse à BBC que a Ucrânia teve 11 anos de cessar-fogo com a Rússia nos acordos de Minsk e que "nenhum deles foi realmente cumprido".
Mas do que se tratam os Acordos de Minsk?
Em 2014, os combates entre separatistas pró-Rússia e as forças do governo ucraniano estavam em andamento nas regiões orientais de Luhansk e Donetsk. Um frágil acordo de paz foi finalmente alcançado, batizado em homenagem à capital da Bielorrússia, onde foi assinado.
Minsk 1
O primeiro acordo, conhecido como Minsk 1, foi firmado em setembro de 2014. Ele incluía trocas de prisioneiros e a retirada de armas pesadas. Mas o acordo entrou em colapso rapidamente, com ambos os lados acusados de violações.
Minsk 2
Um segundo acordo, o Minsk 2, foi assinado em fevereiro de 2015. Ele previa cessar-fogo imediato em Donetsk e Luhansk, além do controle total da fronteira estatal pelo governo ucraniano, entre outros pontos.
Fim dos acordos
Pouco antes da invasão em larga escala, em fevereiro de 2022, o presidente russo Vladimir Putin pôs fim aos acordos de Minsk, reconhecendo Donetsk e Luhansk como independentes e enviando tropas russas para o local.
Ainda na publicação, Trump mencionou o que chamou de “Dia da Libertação”, data que ele atribui ao 2 de abril — quando anunciou uma série de tarifas comerciais. Segundo o republicano, líderes globais e executivos pediram a suspensão das medidas desde então. “É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS!”, escreveu. Ele também afirmou que quem quiser o “caminho mais fácil” deve “construir na América”.
O presidente dos EUA classificou como “traição não tarifária” práticas internacionais como manipulação cambial, subsídios para exportação e restrições agrícolas. Entre os exemplos, citou a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia.
Trump também voltou a comentar o caso de Kilmar Armando Abrego Garcia, deportado por engano para uma prisão em El Salvador. Embora seu próprio governo tenha reconhecido um “erro administrativo”, ele afirmou que Garcia não é a “pessoa doce e inocente” como tem sido retratado, citando suposta ligação com a gangue MS-13 — o que é negado pela defesa do imigrante.
*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, BProjects e BBC.
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