INTERNACIONAL

Trump desata sua fúria contra ordem judicial que favorece imigrantes

O presidente americano Donald Trump denunciou nesta quarta-feira um sistema judicial injusto por causa da decisão de um juiz de bloquear a revogação do programa Daca (Ação diferida para os chegados na Infância), que concede estatuto legal temporário a cerca de 690 mil jovens em situação ilegal

AFP
10/01/2018 às 15:40.
Atualizado em 22/04/2022 às 10:40

O presidente americano Donald Trump denunciou nesta quarta-feira um sistema judicial injusto por causa da decisão de um juiz de bloquear a revogação do programa Daca (Ação diferida para os chegados na Infância), que concede estatuto legal temporário a cerca de 690 mil jovens em situação ilegal.O juiz William Alsup, de San Francisco, ordenou ao Executivo na terça-feira "que mantenha o programa Daca em nível nacional, nos mesmos termos e condições antes de ser suprimido em 5 de setembro de 2017".Em sua decisão de 49 páginas, Alsup alegou que o argumento do Departamento de Justiça para eliminar o programa, apontando que é ilegal, é "uma premissa legal com falhas".A resposta de Trump, como já era de se esperar, veio através de um tuíte enfurecido."Fica claro que o nosso sistema judicial não funciona e é injusto quando a oposição recorre a um Circuito [em San Francisco] e sempre vence, antes da decisão ser revertida em instâncias superiores", reclamou Trump.A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, também classificou a decisão judicial como escandalosa."O presidente Trump trabalhará com membros dos dois partidos para alcançar uma solução permanente que corrija as ações inconstitucionais tomadas pelo governo anterior", afirmou Sanders.A menos que uma corte de instância superior anule a decisão do juiz, os beneficiários da Daca poderão renovar suas permissões.Aprovado pelo ex-presidente Barack Obama em 2012, o decreto protegia da deportação milhares de pessoas que chegaram aos Estados Unidos em situação clandestina ainda crianças - os chamados "Dreamers" (sonhadores).Em setembro passado, Trump anunciou sua decisão de acabar com o programa. Antes de torná-la efetiva, deu um prazo de seis meses - até março - para que o Congresso encontrasse uma solução.- Duas etapas -Na véspera, Trump presidiu um debate sobre o tema com congressistas, no qual sugeriu uma abordagem em duas etapas, mas sem abandonar um dos pilares de sua campanha: o controvertido muro na fronteira com o México.Trump sugeriu primeiro adotar uma lei que contemple a questão dos jovens em condição ilegal e a segurança fronteiriça e, depois, uma reforma migratória mais ampla."Essa deveria ser uma lei de amor", disse Trump na reunião com legisladores governistas e opositores, que excepcionalmente pôde ser acompanhada por jornalistas por quase uma hora. "Mas também precisa ser uma lei na qual possamos garantir nossa fronteira".Trump se disse, inclusive, disposto a assumir o desafio político de encontrar um caminho para legalizar os cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem atualmente nos Estados Unidos."Uma reforma migratória integral é onde gostaria de chegar, eventualmente", explicou o presidente, avaliando que isto pode não estar tão distante se houver "a lei correta"."Acho que se pode fazer muito rapidamente", disse, lamentando o grau de "animosidade e ódio" entre democratas e republicanos que contaminou a vida política americana durante vários anos.Trump pediu durante muito tempo ao Congresso fundos para levantar o muro no sul do país, uma promessa marcante de sua campanha. "Precisamos de um muro", disse, durante a longa conversa com os legisladores. Apesar de ter esclarecido que não é necessário que se estenda por toda a fronteira porque já existem obstáculos naturais, como rios e montanhas, não deu nenhuma estimativa sobre o tamanho esperado. O Congresso tem até março para encontrar uma solução definitiva para os beneficiários do Daca, que beneficia jovens em sua maioria jovens latino-americanos.Os líderes republicanos defendem uma lei independente, enquanto há democratas que buscam agregá-la a um pacote sobre o orçamento federal que deve ser aprovado até 19 de janeiro para se evitar a paralisação do governo.ia/spc/cn/mr

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