O presidente americano, Donald Trump, ameaçou nesta terça-feira cortar os recursos dos Estados Unidos para a Organização Mundial da Saúde (OMS)
O presidente americano, Donald Trump, ameaçou nesta terça-feira cortar os recursos dos Estados Unidos para a Organização Mundial da Saúde (OMS), depois de sugerir seu viés favorável á China durante a pandemia de coronavírus. Trump disse a repórteres que "iria colocar um freio muito forte" aos recursos da OMS, o órgão da ONU cuja maior fonte de financiamento são os Estados Unidos. "Vamos suspender o dinheiro gasto com a OMS", disse Trump, que segue uma agenda do "America First" e já criticou outras agências da ONU e multilaterais. Ele não deu detalhes sobre quanto dinheiro seria retido e, minutos depois, durante a coletiva de imprensa, disse: "Não estou dizendo que vou fazer isso". "Vamos analisar o fim do financiamento", acrescentou. Segundo Trump, a OMS "parece ser muito tendenciosa em relação à China. Isso não está certo". Seus comentários se basearam em uma declaração anterior no Twitter, na qual ele acusava a OMS de ser "muito focada na China". Trump perguntou por que a OMS deu "uma recomendação tão errada", aparentemente referindo-se ao conselho do órgão da ONU contra a restrição de viagens internacionais para impedir a disseminação vírus que começou na China. "Felizmente, rejeitei o conselho deles de manter nossas fronteiras abertas à China desde o início", escreveu Trump, referindo-se à sua decisão de proibir a entrada de pessoas vindas do país asiático. A China enfrenta críticas em Washington, principalmente dos republicanos, sobre a maneira como lidou com a pandemia e Trump expressou dúvidas sobre a precisão das estatísticas chinesas para casos e mortes. No entanto, o próprio Trump foi amplamente criticado por subestimar o vírus, que comparou a uma gripe comum e disse estar sob controle nos Estados Unidos, antes de aceitar que se tratava de uma emergência nacional. Mais de 12.000 americanos já morreram da Covid-19. Mais cedo, durante sua entrevista coletiva diária, o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric rejeitou as críticas feitas pelo presidente dos EUA no Twitter. "Para o secretário-geral da ONU, António Guterres), está claro que a OMS, sob a liderança do Dr. Tedros Adhanom, fez um ótimo trabalho antes da Covid-19, apoiando os países na distribuição de milhões de equipamentos médicos e também com treinamento "de profissionais", afirmou. "A OMS demonstrou a força do sistema de saúde internacional", disse o porta-voz, lembrando "o enorme trabalho" realizado na luta contra o Ebola na República Democrática do Congo e nos países vizinhos, sob a liderança de Adhanom e "colocando suas equipes na primeira linha "de contenção.