INTERNACIONAL

Trudeau 'aceita' relatório que denuncia 'genocídio' contra indígenas no Canadá

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, declarou nesta terça-feira ter aceito as polêmicas conclusões de uma comissão de investigação que qualificou de "genocídio" a morte de mais de mil mulheres indígenas no Canadá desde 1980

AFP
04/06/2019 às 22:00.
Atualizado em 31/03/2022 às 00:42

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, declarou nesta terça-feira ter aceito as polêmicas conclusões de uma comissão de investigação que qualificou de "genocídio" a morte de mais de mil mulheres indígenas no Canadá desde 1980."Saudamos seu trabalho e aceitamos as conclusões, especialmente de que ocorreu um genocídio", disse Trudeau em entrevista coletiva em Vancouver, durante conferência sobre os direitos das mulheres.Na segunda-feira, um relatório apresentado a Trudeau revelou que mais de mil mulheres indígenas foram vítimas de violência endêmica, algo qualificado de modo polêmico como "genocídio".A investigação é o resultado de anos de lobby por parte dos líderes nativos, ativistas e famílias das vítimas, para que fossem abordados os níveis desproporcionais de violência que afetaram as mulheres indígenas nas últimas três décadas.Segundo estimativas oficiais, quase 1.200 mulheres e crianças indígenas desapareceram ou foram assassinadas entre 1980 e 2012, de uma comunidade de 1,6 milhão de pessoas. Mas as comissões de investigação sugeriram que a verdadeira cifra poderia ser muito maior.O informe concluiu que através de "ações estatais e inações enraizadas no colonialismo e ideologias coloniais", as mulheres e crianças enfrentaram um nível de violência desproporcionalmente alto.Os membros da comissão concluíram que entre os autores da violência há familiares indígenas e não indígenas, conhecidos e assassinos em série.O informe vinculou as mortes com à pobreza endêmica, ao racismo, ao sexismo e a outros males sociais que remontam às tentativas falidas dos primeiros colonizadores de obrigar os indígenas a se integrarem.Também solicitou mudanças radicais para melhorar a segurança, justiça, saúde e cultura dos povos aborígenes do Canadá.Os críticos afirmam que a linguagem do informe é forte demais e não se ajusta às definições internacionais ou legais de genocídio.

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