(Captura de tela/Reprodução CNBC)
Manifestantes e policiais entraram em confronto neste domingo, 8, em Los Angeles, durante o terceiro dia consecutivo de protestos contra as operações de deportação realizadas por autoridades federais. A manifestação, que acontecia em frente ao Centro de Detenção Metropolitana, foi dispersada com gás lacrimogêneo disparado por agentes de segurança, horas depois de o presidente Donald Trump enviar tropas da Guarda Nacional à cidade sem o aval do governador da Califórnia.
Centenas de pessoas protestavam diante da unidade federal de detenção quando soldados da Guarda Nacional, posicionados com escudos antimotim, avançaram sobre a multidão. À medida que se aproximavam da rua, os policiais lançaram gás lacrimogêneo, fazendo com que os manifestantes recuassem. Ainda não se sabe qual agência fez uso do equipamento nem o que motivou a ação.
Ainda no domingo, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ameaçou mobilizar tropas da ativa do Corpo de Fuzileiros Navais caso a violência em Los Angeles continue.
Em comunicado, a secretária assistente de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, acusou políticos da Califórnia e manifestantes de "defender criminosos alienígenas ilegais hediondos às custas da segurança dos americanos". Segundo ela, "em vez de fazer motim, eles deveriam agradecer aos oficiais do ICE todos os dias que acordam e tornam nossas comunidades mais seguras".
As tropas já presentes na cidade incluem integrantes da 79ª Equipe de Combate da Brigada de Infantaria da Guarda Nacional do Exército da Califórnia, conforme publicação oficial do Departamento de Defesa nas redes sociais. O envio de cerca de 300 membros da Guarda foi autorizado por Donald Trump sem o aval do governador da Califórnia, Gavin Newsom, nem da prefeita de Los Angeles, Karen Bass.
A ação gerou forte reação de líderes democratas. O senador Bernie Sanders afirmou que a ordem de Trump reflete "um presidente movendo este país rapidamente para o autoritarismo" e "usurpando os poderes do Congresso dos Estados Unidos".
A ex-vice-presidente Kamala Harris, residente em Los Angeles, criticou as prisões de imigrantes e a mobilização da Guarda, que, segundo ela, fazem parte de uma "agenda cruel e calculada para espalhar pânico e divisão". Harris declarou apoio a quem está "se levantando para proteger os direitos e liberdades mais fundamentais".
Por outro lado, o presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, aliado de Trump, defendeu a decisão. "Gavin Newsom mostrou incapacidade ou relutância em fazer o que é necessário, então o presidente interveio", disse Johnson. Fonte: Associated Press.
Envio de tropas ocorre após a dias de protestos
O envio da Guarda Nacional ocorreu após dois dias de protestos, que começaram na sexta-feira (6) no centro de Los Angeles e se estenderam no sábado a Paramount, uma cidade de forte presença latina a sul da cidade, e à vizinha Compton.
Quando os agentes federais montaram uma área de preparação no sábado, 7, em Paramount, os manifestantes tentaram bloquear os veículos da patrulha fronteiriça. Alguns deles chegaram a atirar pedras e pedaços de cimento. Em resposta, os agentes, vestidos com equipamento antimotim, lançaram gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e bolas de pimenta.
As tensões estavam elevadas depois de uma série de rusgas efetuadas pelas autoridades de imigração no dia anterior, quando o número de detenções de imigrantes na cidade ultrapassou as 100. Um importante dirigente sindical foi detido durante um protesto e acusado de impedir a aplicação da lei.
*Com informações do Estadão Conteúdo e de Agências Internacionais.
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