Imagem feita pelo telescópio James Webb de exoplaneta (à direita, no alto) que orbita a estrela TWA 7 (centro) (A.M. Lagrange et al/JWST/ESO/Reprodução Internet)
O telescópio espacial James Webb fez sua primeira identificação direta de um exoplaneta, planeta localizado fora do Sistema Solar. A descoberta foi publicada nesta quarta-feira (25), na revista científica Nature, segundo informações de agências internacionais.
O planeta observado é um jovem gigante gasoso, com tamanho aproximado ao de Saturno, o segundo maior planeta do Sistema Solar. Ele orbita uma estrela menor que o Sol, localizada a cerca de 110 anos-luz da Terra, na constelação de Antlia. Um ano-luz equivale a aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros.
Desde a década de 1990, cerca de 5.900 exoplanetas foram descobertos, a maioria por métodos indiretos. Entre esses métodos, destaca-se o chamado método de trânsito, que detecta variações na luminosidade de uma estrela quando um planeta passa à sua frente. No entanto, menos de 2% dessas descobertas foram feitas por imagem direta, como ocorreu neste caso com o telescópio Webb.
Embora grande em relação aos planetas do nosso Sistema Solar, o exoplaneta é o de menor massa já identificado por imagem direta. Isso demonstra a alta sensibilidade dos instrumentos do Webb, lançado ao espaço em dezembro de 2021.
A observação contou com o uso de um coronógrafo, equipamento produzido na França que bloqueia a luz da estrela para permitir a visualização de objetos ao redor. Esse dispositivo está instalado no Instrumento de Infravermelho Médio do telescópio, conhecido como MIRI.
A astrônoma Anne-Marie Lagrange, da agência de pesquisa francesa CNRS e autora principal do estudo, destacou que o Webb permite explorar uma nova faixa de exoplanetas em termos de massa e distância em relação à estrela hospedeira. Segundo ela, isso é fundamental para compreender a diversidade dos sistemas planetários e sua formação.
O exoplaneta orbita sua estrela, chamada TWA 7, a uma distância aproximadamente 52 vezes maior do que a da Terra em relação ao Sol. Essa característica torna inviável o uso de métodos indiretos como o de trânsito, geralmente mais eficaz para detectar planetas mais próximos das estrelas que orbitam.
*Com informações de Agências Internacionais e do jornal O Estado de S. Paulo.
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