COREIAS

Sul ameaça represália no caso de provocação do Norte

No sábado, Pyongyang anunciou que se encontrava em "estado de guerra" com a Coreia do Sul

France Press
01/04/2013 às 08:14.
Atualizado em 25/04/2022 às 22:18
Soldados sul-coreanos durante treinamento militar próximo à fronteira com a Coreia do Norte (France Press)

Soldados sul-coreanos durante treinamento militar próximo à fronteira com a Coreia do Norte (France Press)

A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, ameaçou nesta segunda-feira com uma "enérgica" represália a qualquer provocação da Coreia do Norte, com o respaldo dos Estados Unidos, que enviou caças F-22 à península em um momento de grande tensão com o regime norte-coreano.

No sábado, Pyongyang anunciou que se encontrava em "estado de guerra" com a Coreia do Sul. As duas Coreias estão tecnicamente em guerra, pois a Guerra da Coreia de 1950-53 terminou com um armistício, e não com um tratado de paz.

A presidente sul-coreana, líder dos conservadores e falcões do país, se reuniu com altos oficiais das Forças Armadas e com o ministro da Defesa, Kim Kwan-jin. Park disse que leva a sério as ameaças diárias do Norte.

"Acredito que devemos executar uma represália enérgica e imediata, sem nenhuma outra consideração política se (a Coreia do Norte) protagonizar qualquer provocação contra nosso povo", disse.

O ministro da Defesa afirmou que Seul executará, em caso de necessidade, ataques preventivos contra as instalações nucleares e militares norte-coreanas.

"Nós realizaríamos rapidamente o que se chama de 'dissuasão ativa' para neutralizar as ameaças nucleares e balísticas do Norte", advertiu.

A tensão na Península Coreana é grande desde dezembro, quando o Norte executou com sucesso um lançamento de foguete, considerado pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul como um disparo de teste de míssil balístico.

Depois, Pyongyang executou em fevereiro o terceiro teste nuclear, o que provocou a adoção, no início de março, de novas sanções pelo Conselho de Segurança da ONU.

A escalada não cessou desde então.

Park, uma política conservadora que defendeu uma relação de compromisso cauteloso com o Norte durante a campanha eleitoral, passou a adotar uma linha mais dura desde que assumiu o poder em fevereiro, pouco depois da Coreia do Norte executar seu terceiro teste nuclear.

As tensões militares entre as duas nações aumentaram de maneira dramática nas últimas semanas, quando a Coreia do Norte intensificou a retórica belicista contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

Em protesto contra as manobras militares conjuntas realizadas por Coreia do Sul e Estados Unidos, o governo do Norte declarou nulo o armistício que interrompeu a guerra da Coreia em 1953 e ameaçou com um "ataque nuclear preventivo" contra alvos sul-coreanos e americanos.

Os governos da Coreia do Sul e Estados Unidos já alertaram Pyongyang sobre as severas repercussões de qualquer agressão. Washington enviou à região bombardeiros B-52 e B-2, com capacidade de cargas nucleares, assim como caças F-22.

Uma fonte das forças americanas informou que caças F-22 Raptor chegaram no domingo a Coreia do Sul para participar nos exercícios anuais "Foal Eagle", que prosseguem até 30 de abril.

No domingo, o líder norte-coreano Kim Jong-un presidiu uma reunião do comitê central do partido único, o Partido do Trabalho. O comitê decidiu que o direito de possuir armas nucleares "deverá estar inscrito na lei" e que seu arsenal será melhorado "em qualidade e em quantidade".

No sábado, a Rússia pediu às duas Coreias e aos Estados Unidos "mais responsabilidade e moderação".

O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, destacou que Washington não se deixará intimidar pelas ameaças bélicas de Pyongyang e está preparado para enfrentar "qualquer eventualidade".

Veja também

Estados Unidos responde às ameaças da Coreia do Norte Pyongyang já havia ameaçado na quinta-feira passada atacar as bases militares americanas Coreia do Norte corta 'telefone vermelho' militar Está é a segunda vez que a Coreia do Norte suspende o telefone vermelho entre os governos Coreia do Norte em estado de guerra contra Seul A Coreia do Norte vem ameaçando seus adversários com ataques quase diariamente Coreia do Norte promete reforçar poderio nuclear As tensões aumentaram consideravelmente desde que os Estados Unidos apertaram as sanções em resposta aos testes nucleares e com mísseis da Coreia do Norte

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por