INTERNACIONAL

Starbucks se alia com Alibaba para competir na 'guerra do café" na China

O grupo Starbucks entregará em breve na China pedidos de café feitos pela Internet, graças aos serviços da gigante do comércio eletrônico Alibaba, uma aliança que melhorará a posição da companhia americana na "guerra do café" no mercado chinês

AFP
02/08/2018 às 13:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 05:55

O grupo Starbucks entregará em breve na China pedidos de café feitos pela Internet, graças aos serviços da gigante do comércio eletrônico Alibaba, uma aliança que melhorará a posição da companhia americana na "guerra do café" no mercado chinês.A partir de setembro, os consumidores das bebidas do Starbucks poderão fazer seus pedidos com apenas alguns cliques no aplicativo Ele.me, a plataforma de venda de comida do grupo Alibaba, que vai se encarregar da entrega com serviços de moto.Essa aliança entre Starbucks e Alibaba, anunciada nesta quinta-feira (2) pelos dois grupos, dá-se em um contexto de grande concorrência para a multinacional americana na China, após o sucesso explosivo do grupo chinês Luckin Coffee, graças às entregas de seus pedidos por um aplicativo. "Estamos convencidos de que a aliança com a Alibaba vai reforçar a cultura do café na China", garantiu entusiasmado o CEO da Starbucks, Kevin Johnson, em coletiva de imprensa em Xangai. De acordo com Johnson, essa aliança vai constituir um "combustível poderoso" para impulsionar a estratégia digital do grupo, cujas vendas pela Internet são incipientes. Os valores do acordo não foram anunciados. As compras de comida pela Internet dispararam na China - um país onde o comércio digital é muito evoluído e presente. A maioria dos restaurantes colabora com algum aplicativo, como o Ele.me, o mais famoso deles.o Starbucks ainda não tinha uma estratégia eficaz para aproveitar este boom. As entregas de pedidos pelo Ele.me começarão em setembro em 150 estabelecimentos do Starbucks em Pequim e Xangai, antes de serem oferecidas no fim do ano em 30 cidades chinesas. - Concorrência local -O Starbucks tem, atualmente, 3.400 cafés na China, mas espera dobrar esse número nos próximos quatro anos. No país historicamente apaixonado por chá, o consumo de café disparou nas últimas décadas. As lojas do Starbucks estão presentes nas grandes avenidas e centros comerciais das metrópoles chinesas.Mas o crescimento do grupo americano enfrenta o surgimento de um concorrente local: a Luckin Coffee. A start-up, que chegou ao mercado há apenas um ano, teve um sucesso instantâneo e já abriu 600 cafés no país. O Starbucks levou mais de uma década para ter o mesmo número de lojas na China.A fórmula de sucesso da Luckin consistiu em oferecer grandes descontos e vender cafés bem mais baratos do que os da Starbucks. O grupo, que anunciou nesta semana sua meta de chegar a 2 mil lojas até o fim deste ano, pretende desafiar o que chama de monopólio do Starbucks. O vice-presidente do Luckin, Guo Jingyi, ironizou nesta quinta-feira a aliança entre Starbucks e Alibaba. Segundo ele, a empresa de Seattle "imita os outros e perde sua identidade". - Aposta estratégica -O presidente da Starbucks preferiu não fazer nenhum comentário sobre o Luckin e defendeu que seu grupo "sempre enfrentou grande concorrência". De fato, seus rivais ocidentais, como a empresa britânica Costa e a canadense Tim Hortons, também ampliaram sua presença na China. Contudo, o Starbucks aposta em continuar crescendo no gigante asiático - enquanto vê sua clientela cair nos Estados Unidos, onde conta com 12 mil cafés. Hoje, 15% de sua receita é proveniente do Sudeste Asiático. O grupo de Seattle garantiu, em maio, que triplicará seu volume de negócios na China nos próximos quatro anos. A previsão parece difícil de cumprir, já que o Starbucks reconheceu, recentemente, que suas vendas em vários cafés na China recuaram 2%. dma-jug/lch/eb/mb/ll/tt

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