SAÚDE

Sono ajuda cérebro a se manter saudável

Grandes mudanças quando dormimos, permitem corpo tirar o lixo e manter as doenças longe

France Press
18/10/2013 às 07:49.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:05
Descoberta pode fazer avançar a compreensão das funções biológicas do sono (sxc.hu)

Descoberta pode fazer avançar a compreensão das funções biológicas do sono (sxc.hu)

Dormir permite ao cérebro limpar os resíduos acumulados no dia anterior graças a um mecanismo descoberto recentemente e que é ativo sobretudo durante o sono, demonstra um estudo publicado na quinta-feira (17) na revista Science. Como um zelador que varre os corredores depois que as luzes se apagam, no cérebro ocorrem grandes mudanças quando dormimos que lhe permitem tirar o lixo e manter as doenças longe. A descoberta pode fazer avançar a compreensão das funções biológicas do sono, explicaria porque passamos um terço da vida dormindo e permitiria encontrar tratamentos contra doenças neurológicas como o mal de Alzheimer, afirmam os cientistas autores deste estudo. "Esta pesquisa mostra que o cérebro tem diferentes estados de funcionamento durante os períodos de vigília e de sono", explicou o doutor Maiken Nedergaard, da faculdade de Medicina da Universidade de Rochester (Nova York, nordeste), principal autor do estudo. "De fato, a natureza reparadora do sono resultaria da eliminação destes resíduos produzidos pela atividade neuronal que se acumulam no período de vigília", acrescentou. O mecanismo integrado no sistema sanguíneo impulsiona o fluido cérebro-espinhal através dos tecidos e o devolve purificado. Em experimentos de laboratório feitos em ratos, os cientistas viram como o lixo celular era jogado para fora do cérebro através de vasos sanguíneos para o sistema circulatório do corpo e, finalmente, para o fígado, onde são eliminados. A eliminação das toxinas no cérebro é essencial, visto que seu acúmulo na forma de proteínas tóxicas pode provocar doenças. Segundo os cientistas, quase todas as patologias neurodegenerativas estão vinculadas a um acúmulo de dejetos celulares. Entre os dejetos eliminados nas cobaias de laboratório estavam a proteína beta amiloide, que quando se acumula é um gatilho para o aparecimento do mal de Alzheimer. O processo é acelerado durante o sono porque as células do cérebro se retraem cerca de 60%, permitindo ao fluxo se mover mais rápido e mais livremente pelo cérebro, permitindo que os dejetos sejam eliminados mais facilmente. Toda a operação acontece no que os cientistas chamam de 'glinfático', que parece ser 10 vezes mais ativo durante o sono do que durante a vigília e permite limpar a maior parte das toxinas responsáveis pelo mal de Alzheimer e outras doenças neurológicas. "O cérebro tem energia limitada à sua disposição", afirmou Nedergaard. "É como organizar uma festa em casa. Você pode entreter os convidados ou limpar a casa, mas realmente não pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo", explicou. Veja também Mulher tem o carro furtado e recuperado enquanto dormia Foi acordada pela polícia informando que achou o veículo; ela nem sabia que ele havia sido levado por ladrões

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