INTERNACIONAL

Somália ordena ao enviado da ONU que deixe o país

O governo somali ordenou ao enviado da ONU para esse país que abandone o território, acusando-o de "ingerência deliberada" nos assuntos internos da Somália

AFP
02/01/2019 às 10:10.
Atualizado em 05/04/2022 às 12:28

O governo somali ordenou ao enviado da ONU para esse país que abandone o território, acusando-o de "ingerência deliberada" nos assuntos internos da Somália.Há alguns dias, Nicholas Haysom, o enviado da ONU, havia manifestado sua preocupação com relação às ações dos serviços de segurança somalis que causaram a morte de várias pessoas recentemente."O representante especial do secretário-geral da ONU para a Somália, Nicholas Haysom, não é bem-vindo na Somália e não pode mais trabalhar no país", declarou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.A missão da ONU ainda não reagiu ao anúncio.Haysom, um advogado sul-africano com grande experiência diplomática, foi nomeado em setembro de 2018. Antes, serviu como enviado da ONU para o Sudão e o Sudão do Sul.Entre 13 e 15 de dezembro, as forças de segurança somalis usaram a força para acabar com três dias de manifestações na cidade de Baidoa (sudoeste), em que 15 pessoas foram mortas, e 300, presas, segundo a ONU.Os manifestantes protestavam contra a prisão de Muktar Robow, um ex-líder dos extremistas islâmicos shebabs.A Somália está dividida em cinco estados federais e a Somalilândia (norte). Este território proclamou sua independência, mas ela não foi reconhecida pelo governo central.As relações entre os estados federais e o governo são tensas pelas reivindicações de maior autonomia e pela recusa do poder central.Em agosto de 2017, Muktar Robow anunciou publicamente que estava deixando os shebabs. Uma semana antes das eleições regionais, o governo federal o prendeu, porém, acusando-o de "organizar" uma milícia em Baidoa e de não ter renunciado às suas "ideologias extremistas".Finalmente, na ausência de Robow, que permanece sob custódia em Mogadíscio, Abdiaziz Mohamed Hasan, ex-ministro próximo do atual governo, venceu as eleições.A missão da ONU na Somália é particularmente responsável por apoiar os esforços de paz e fortalecer as instituições governamentais no país, devastado por décadas de guerra civil.Nesse sentido, as Nações Unidas apoiam as forças policiais, financiam seus equipamentos, treinam e pagam parte de seu salário.Em uma carta de 30 de dezembro ao governo somali, Haysom pediu explicações sobre a legalidade da prisão de Muktar Robow e cobrou uma investigação sobre as vítimas da repressão policial.Haysom lembrou na carta que o apoio da ONU à polícia depende de seu respeito pelos direitos humanos.Os responsáveis pela ONU viram um vídeo em que o chefe da polícia regional ameaçou atirar nas costas de quem protestasse sem autorização.Na terça-feira, três pessoas ficaram feridas, duas delas funcionários da ONU, na explosão de um morteiro em uma sede em Mogadíscio.Expulsos de Mogadíscio em 2011, os shebabs perderam a maioria de seus redutos, mas controlam áreas rurais importantes, de onde realizam operações de guerrilha e ataques suicidas.nur-pjm/wdb/cr/plh/zm/tt/mr

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por