Grupo incendiou veículo; ataque originou em quatro soldados feridos também
Seis palestinos morreram e 32 ficaram feridos na Faixa de Gaza, depois que um grupo de militantes incendiou um veículo militar israelense, que deixou quatro soldados feridos, disseram neste domingo (11) fontes médicas e testemunhas.
Esta onda de violência, que começou no sábado, é a maior desde a devastadora operação israelense em Gaza no final de 2008 e início de 2009 que durou 22 dias.
Neste domingo, após uma série de ataques e contra-ataques entre o exército israelense e os palestinos, um militante morreu e outros ficaram feridos em um bombardeio aéreo israelenses próximo a cidade de Jabaliya, segundo fontes médicas.
Trata-se de Mohammed Shwikani, 20 anos, pertencente à Brigada Al-Qods, o braço armado da Jihad islâmica palestina.
Nesta madrugada, médicos relataram a chegada do corpo de outro militante deste grupo, Mohamed Abed, também de 20 anos, que morreu em outro ataque a leste de Jabaliya, elevando o balanço de mortos a seis em 12 horas.
Israel está "preparado para intensificar" sua resposta frente a uma nova onda de violência em sua fronteira com a Faixa de Gaza, alertou neste domingo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
"O mundo tem que compreender que Israel não ficará de braços cruzados diante das tentativas de ataque. Estamos preparados para intensificar nossas ações", disse no início da reunião semanal de seu conselho de ministros.
Para o ministro de Infraestrutura, Uzi Landau, a "situação em Gaza é insuportável. Não pode haver mais de um milhão de pessoas (no sul de Israel) sob uma chuva constante de morteiros e mísseis", declarou.
"Imagino que Israel terá que se preparar para uma operação, independente da realização das eleições", acrescentou.
As eleições legislativas estão previstas para o 22 de janeiro.
O exército israelense indicou ter agido em sete pontos diferentes durante a noite, entre eles, depósitos de armas, um local de fabricação de armas e dos lugares de lançamento de morteiros "em resposta aos recentes acontecimentos".
Segundo o exército, foram disparados a partir de Gaza pelo menos 60 morteiros em solo israelense, entre eles 25 na última madrugada, que deixaram quatro feridos na cidade de Sderot, próximo da fronteira.
Essa onda de violência começou no sábado quando militantes palestinos dispararam um míssil anti-tanque contra um veículo militar israelenses em Karni, leste da cidade de Gaza.
O exército confirmou que quatro soldados ficaram feridos no ataque, que foi reivindicado pela Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP). Fontes militares indicaram que dois dos soldados se encontram em estado grave.
Em resposta, Israel disparou tiros de artilharia, matando quatro pessoas e ferindo 32 segundo Ashraf al Qudra, porta-voz do ministério da Saúde.
Segundo fontes médicas, 10 feridos estão em estado "muito grave".
A violência obrigou as autoridades dos dois os lados da fronteira a decretar o fechamento de alguns colégios.
A Palestina irá pedir o estatuto de Estado não-membro da ONU em novembro.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abas, reiterou que a resolução para elevar o estatuto da Palestina ao posto de Estado não-membro será apresentado ainda em novembro deste ano.
"Vamos às Nações Unidas em novembro de 2012, não em 2013 nem em 2014. Não renunciaremos", declarou em um discurso em Ramala por ocasião do oitavo aniversário da morte de Yaser Arafat, cortando assim especulações sobre um possível adiamento da apresentação por pressão dos Estados Unidos.
A representação palestina na ONU anunciou na quinta-feira um projeto de resolução neste sentido.
Abas oficializou no dia 27 de setembro na tribuna das Nações Unidas seu pedido de que a Palestina obtenha um estatuto de Estado não-membro na ONU até o final do ano na Assembleia Geral, onde a maioria necessária lhe parece garantida.