Paulo Ceschin é diretor da divisão de Vendas da Red Hat Brasil (Divulgação)
Você pode não saber, mas o código aberto (do original inglês open source) está por toda a parte. Está nos sistemas operacionais Android, nas SmartTVs, nos roteadores de Wi-Fi, nos assistentes de voz e até no Pix. Não por acaso, durante a pandemia houve uma grande expansão em seu uso por meio de empresas em busca da transformação digital. Em muitos casos, em busca da própria sobrevivência.
Em resumo, o que é o open source? Trata-se um código para ser acessado abertamente pelo público: todas as pessoas podem vê-lo, modificá-lo e distribuí-lo conforme suas necessidades. O open source é desenvolvido de forma descentralizada e colaborativa e conta com a revisão e a produção pela comunidade. Em linhas gerais, é uma solução mais barata, mais flexível e mais duradoura do que as opções proprietárias, uma vez é desenvolvido por comunidades e não por um único autor ou empresa.
Não por acaso, uma pesquisa aponta que 82% dos líderes em TI do Planeta estão mais propensos a escolher parceiros de código aberto para conduzir empresas à transformação digital. Um percentual ainda maior, 92% afirmaram que as soluções corporativas de código aberto foram fundamentais para os negócios na pandemia. Os dados fazem parte do quarto Relatório Anual “The State of Enterprise Open Source”, da Red Hat, líder global no fornecimento de soluções de código aberto, divulgados este ano. A pesquisa foi realizada sem que os entrevistados soubessem o nome da empresa que encomendou o estudo.
Foram realizadas 1.296 pesquisas em todos os continentes com lideres de TI, dos quais 448 na Europa, Oriente Médio e África, 398 nos Estados Unidos, 300 na América Latina e 150 na Ásia e no Pacífico. “Os dados não surpreendem. Mesmo antes da pandemia percebemos um grande movimento de empresas em direção à nuvem híbrida, que permite a inovação fornecendo a estrutura que reúne aplicativos executados com o melhor de qualquer provedor em nuvem, seja ela pública ou privada, todos baseados no open source”, afirma Paulo Ceschin, diretor da divisão de Vendas da Red Hat Brasil.
SEGURANÇA E INCLUSÃO
A pesquisa apontou também que 89% dos entrevistados acreditam que o código aberto corporativo é tão ou mais seguro em relação ao código proprietário. “Seu desenvolvimento contínuo e feito por diversas pessoas em todo o mundo permite a criação de novas soluções muito mais rapidamente. Como resultado, riscos de falhas são minimizados”, explica Paulo Ceschin.
No open banking, em que segurança é um atributo fundamental, as tecnologias open source têm contribuído para ampliar a livre concorrência, garantindo o acesso ao ecossistema financeiro para mais brasileiros. “Em bem pouco tempo vimos uma transformação digital acelerada em diversos campos. No open banking, em particular, todos conseguem perceber com muito mais clareza. Nas proximidades do Dia das Mães, este ano, o PIX, por exemplo, bateu recorde de transações diárias. Foram mais de 73 milhões de transferências num único dia. Isso só é possível graças a esse universo aberto, escalável e flexível que só o open source pode oferecer”, diz Ceschin.
Empresas de todos os portes podem ser beneficiadas com as soluções de código aberto. “A nuvem híbrida e a automação passam por grande expansão, principalmente pela alta capacidade de processamento e escalabilidade. Por meio dessas soluções, que parecem invisíveis para muitos, é que foi possível manter o funcionamento de muitos serviços vitais, a exemplo do que acontece nos últimos anos com a manutenção da maioria das plataformas de videoconferências e streaming, por exemplo”, afirma o executivo.
Para o diretor da divisão de Vendas da Red Hat Brasil, investir em tecnologias open source significa também investir no futuro. “O open souce tem exercido um papel fundamental em nossa história não apenas solucionando demandas do mercado, mas sobretudo promovendo inclusão e integração”, ressalta.