INTERNACIONAL

Segundo Ofxam, 1% mais rico detinha 82% da riqueza mundial em 2017

Em todo o mundo, 82% da riqueza mundial produzida no ano passado ficou nas mãos do 1% mais rico, e as mulheres pobres foram as menos beneficiadas pelo crescimento econômico, denunciou a ONG Oxfam em um relatório que será publicado na segunda-feira (22)

AFP
21/01/2018 às 23:30.
Atualizado em 22/04/2022 às 08:07

Em todo o mundo, 82% da riqueza mundial produzida no ano passado ficou nas mãos do 1% mais rico, e as mulheres pobres foram as menos beneficiadas pelo crescimento econômico, denunciou a ONG Oxfam em um relatório que será publicado na segunda-feira (22)."O boom de bilionários não é sinal de uma economia próspera, mas um sintoma do fracasso do sistema econômico", afirmou a diretora da Oxfam, Winnie Byanyima, por ocasião da apresentação do relatório, intitulado "Recompensar o trabalho, não a riqueza", às vésperas da abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça)."Exploramos as pessoas que fabricam nossa roupa, que constroem nossos telefones celulares e cultivam os alimentos que comemos para garantir um fornecimento constante de produtos baratos, mas também para aumentar os lucros das empresas e seus ricos investidores", criticou a encarregada da organização não governamental que combate a pobreza, citada em um comunicado.Segundo o relatório da Oxgam, 3,7 bilhões de pessoas, ou seja, 50% da população mundial, não se beneficiaram em dada do crescimento que o mundo experimentou no ano passado, enquanto o 1% mais rico embolsou 82% da riqueza mundial.Desde 2010, ou seja, em plena crise após o estouro da bolha financeira em 2008, a riqueza desta "elite econômica" aumentou, em média, 13% por ano, explicou a Oxfam.O pico foi alcançado entre março de 2016 e março de 2017, período em que "se produziu o maior aumento na história do número de pessoas, cuja fortuna supera o bilhão de dólares, a um ritmo de nove novos bilionários a cada ano".Na América Latina, a riqueza dos bilionários cresceu 155 bilhões de dólares no último ano."Esta quantidade de riqueza seria suficiente para acabar quase duas vezes com toda a pobreza monetária por um ano na região", segundo a Oxfam.Para a organização, as mulheres operárias são as que se encontram "na parte mais baixa da pirâmide"."Em todo o mundo, as mulheres ganham menos que os homens e estão super-representadas nos empregos menos remunerados e mais precários", disse."Da mesma forma, a cada 10 novos bilionários, 9 são homens", acrescentou.Na América Latina, as mulheres trabalham quase o dobro de horas dos homens em trabalhos não remunerados.A Oxfam costuma publicar seu relatório logo antes do tradicional encontro anual da elite mundial em Davos.A diretora da ONG propôs limitar os dividendos dos acionistas e dirigentes de empresas, o fim do "abismo salarial" entre homens e mulheres e a luta contra a evasão fiscal.Segundo pesquisa realizada para a Oxfam em dez países, dois terços dos 70.000 consultados consideram "urgente" abordar o abismo entre ricos e pobres.A pesquisa foi realizada em Índia, Nigéria, Estados Unidos, Reino Unido, México, África do Sul, Espanha, Marrocos, Holanda e Dinamarca.

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