INTERNACIONAL

Sánchez se anuncia como ganhador e extrema direita irrompe nas legislativas espanholas

O socialista Pedro Sánchez se anuncia como o vencedor das legislativas deste domingo na Espanha, embora sem maioria para governar sozinho, e a extrema direita irrompe com um nutrido grupo parlamentar, segundo resultados parciais de eleições polarizadas e com uma participação maciça

AFP
28/04/2019 às 18:20.
Atualizado em 04/04/2022 às 08:30

O socialista Pedro Sánchez se anuncia como o vencedor das legislativas deste domingo na Espanha, embora sem maioria para governar sozinho, e a extrema direita irrompe com um nutrido grupo parlamentar, segundo resultados parciais de eleições polarizadas e com uma participação maciça.Com 50% das urnas apuradas, o PSOE de Sánchez obteria 126 dos 350 assentos da câmara baixa.Junto com a esquerda radical do Podemos (35) e outras formações afins, chegaria a 169 assentos, insuficientes para ter a maioria na câmara baixa, a partir de 176 assentos.A maioria seria alcançada com uma aliança entre PSOE e os liberais do Ciudadanos (55 assentos, 181 no total), uma opção difícil mas não descartada pelo presidente do governo socialista.O partido de extrema direita Vox, a grande surpresa destas eleições, entraria no Congresso dos Deputados com 23 cadeiras.Não chegaria à maioria absoluta com o Ciudadanos e com o conservador Partido Popular, que registra um resultado catastrófico, com 66 cadeiras por enquanto, metade do que obteve na legislatura anterior. A participação foi alta, em torno de 75%, mas não há dados definitivos. Os partidos se mostravam por enquanto muito cautelosos, à medida que esperam resultados mais completos que ainda poderiam modificar este panorama.Se não houver maioria entre os partidos nacionais de esquerda nem entre os de direita, a chave estaria com os partidos nacionalistas catalães e bascos. "Depois de uma campanha muito dura é um alívio, mas ganhar não é governar", apontou Esther López, contadora de 51 anos, militante do PSOE que estava neste domingo na sede nacional do partido, em Madri."Não está claro que Sánchez poderá governar, mas sobretudo espero que não pactue com Ciudadanos, quero um governo de esquerdas", acrescentou. Em uma eleição que se apresentou como uma disputa entre o bloco de esquerda e o de direita, a possibilidade intermediária de pactuar com Albert Rivera, líder do Ciudadanos, evitaria que Sánchez tenha que se apoiar nos partidos separatistas catalães.Estes pediram em troca algo a que o socialista se opõe firmemente: um referendo de autodeterminação. No entanto, Sánchez e Rivera tiveram uma relação muito áspera nos últimos meses, que teria que se completamente reconstruída. - Sánchez pede maioria estável -Sánchez, chefe de um governo minoritário desde junho, pediu neste domingo após votar "uma maioria parlamentar suficientemente ampla que permita quatro anos de estabilidade", depois de "muitos anos de instabilidade".Enfrentava nessas eleições os três partidos que no início do ano arrebataram a região da Andaluzia, reduto histórico do socialismo até recentemente: Ciudadanos, PP e Vox.O líder do PP, Pablo Casado, disse que estava aberto a governar com os liberais do Ciudadanos e com o Vox. Por enquanto, a formação de extrema direita se mantinha longe das perspectivas mais otimistas, depois de ter enchido, no entanto, auditórios em comícios por toda a Espanha."Eu esperava que o Vox tivesse muito mais votos", disse à AFP em Madri María Bonilla Ortega, estudante de Filosofia de 22 anos.Durante a campanha, Sánchez chamou à mobilização de seu eleitorado ante o "perigo" de uma aliança conservadora que incluísse o Vox.Sánchez "me parece uma opção moderada. Não fez muito mal nos últimos meses", disse à AFP em um centro de votação de Madri Carlos González, aposentado da construção civil.- A questão catalã -Durante a campanha, grande parte do debate político girou em torno do conflito político com o separatismo catalão.Em junho, Sánchez se apoiou nos partidos catalães para fazer prosperar a moção de censura com a qual expulsou o conservador Mariano Rajoy. O movimento lhe rendeu acusações por parte do PP e do Ciudadanos de ser um "traidor" e um "perigo público", e deu asas à extrema direita.O presidente de governo se defendeu, afirmando que foram os separatistas e a direita que derrubaram em fevereiro o seu Orçamento 2019, e forçaram as eleições antecipadas, as terceiras legislativas em apenas três anos e meio.avl/mg/erl/mr/db

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