Milhares de pessoas participaram neste sábado de passeata no centro da capital russa em oposição a qualquer tentativa de levar para a Rússia revoltas populares como a de 2014 na Ucrânia
Protesto em Moscou teve como objetivo recordar o primeiro aniversário das manifestações da Praça Maidan, em Kiev (France Press)
Milhares de pessoas participaram neste sábado (21) em uma passeata no centro de Moscou para expressar apoio ao presidente russo, Vladimir Putin, e manifestar oposição a qualquer tentativa de levar para a Rússia revoltas populares como a de 2014 na Ucrânia."O exemplo ucraniano nos ensinou muitas coisas, não permitiremos o Maidan em nosso país", afirmaram os organizadores da passeata, que reuniu 35.000 pessoas, segundo a polícia moscovita. O protesto tinha como objetivo recordar o primeiro aniversário das manifestações da Praça Maidan, em Kiev, que forçaram o fim do governo do presidente Viktor Yanukovich, e mostrar que a Rússia não aceitaria atos similares."Não a Maidan, não à guerra", "Maidan é uma doença. Vamos curar", afirmavam alguns cartazes exibidos por manifestantes. Yanukovich, presidente da Ucrânia desde 2010, fugiu do país em fevereiro de 2014 e seguiu para a Rússia após a violenta repressão de Maidan, uma praça do centro de Kiev, epicentro dos protestos contra seu regime. Pouco depois, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, de maioria de língua russa, e apoiou os separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia quando iniciaram a insurgência contra o governo de Kiev em abril. O conflito entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-Moscou provocou quase 5.700 mortes em 10 meses, segundo o balanço mais recente da ONU. Passeatas do mesmo tipo aconteceram neste sábado em várias cidades russas como São Petersburgo (noroeste), Ekaterimburgo (Ural) ou Vladivostok (leste). Putin continua sendo o político mais popular na Rússia, apesar da crise econômica que o país enfrenta, sobretudo por culpa da queda do preço do petróleo. Estados Unidos e União Europeia aprovaram sanções econômicas contra Moscou em represália por sua intervenção no conflito do leste da Ucrânia.