COMBUSTÍVEL

Relação etanol/gasolina rompe marca de 70% em SP

Segundo especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina

Estadão Conteudo
Estadão Conteúdo
11/10/2016 às 14:31.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:00
Especificamente na segunda semana de abril de 2016, a equivalência entre os dois preços foi de 74,54% (Divulgação)

Especificamente na segunda semana de abril de 2016, a equivalência entre os dois preços foi de 74,54% (Divulgação)

A relação entre os preços do etanol e os da gasolina na capital paulista na primeira semana de outubro rompeu a marca psicológica de 70% pela primeira vez desde abril deste ano, como mostram dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Especificamente na segunda semana de abril de 2016, a equivalência entre os dois preços foi de 74,54%, enquanto nos primeiros sete dias de outubro ficou em 71,37%. "Também é o maior resultado para uma primeira semana de outubro desde 2011 (70,26%)", disse André Chagas, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, que mede a taxa de inflação em SP. Segundo especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque. No IPC da Fipe da primeira quadrissemana de outubro (últimos 30 dias terminados na sexta-feira, 7), que teve queda de 0,07%, após deflação de 0,14% no fechamento de setembro, tanto o etanol quanto a gasolina já ficaram mais pressionados. De acordo com Chagas, a variação do álcool combustível ficou positiva em 2,46% ante 1,16%, enquanto a gasolina saiu de queda de 0,06% para elevação de 0,32% na primeira quadrissemana do mês. O grupo Transportes, por sua vez, atingiu 0,36%, após 0,24% no fechamento de setembro. "O movimento pode estar relacionado com o fim da safra e expectativas (menos favoráveis) para a nova colheita. Além disso, pode estar refletindo uma preferência das usinas pela produção de açúcar, que está subindo forte no mercado internacional e no atacado", avaliou.

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