INTERNACIONAL

Rei saudita pede a países do Golfo que enfrentem atos criminosos iranianos

O rei Salman da Arábia Saudita pediu nesta quinta-feira (30) aos Estados árabes do Golfo que trabalhem juntos para enfrentar o que classificou de atos "criminosos" do Irã na região, durante a abertura de um encontro de cúpula em Meca que vão abordar as tensões na região

AFP
30/05/2019 às 22:00.
Atualizado em 03/04/2022 às 09:17

O rei Salman da Arábia Saudita pediu nesta quinta-feira (30) aos Estados árabes do Golfo que trabalhem juntos para enfrentar o que classificou de atos "criminosos" do Irã na região, durante a abertura de um encontro de cúpula em Meca que vão abordar as tensões na região.Os "recentes atos criminosos do Irã (...) requerem que todos nós trabalhemos seriamente para preservar a segurança (...) dos países do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo)", disse o rei, referindo-se aos recentes ataques a instalações petrolíferas do Golfo."A interferência do regime iraniano nos assuntos internos dos países da região, o desenvolvimento de programas nucleares e de mísseis, e suas ameaças à liberdade de transporte marítimo internacional são uma ameaça para o fornecimento mundial de petróleo", sentenciou o monarca.A reunião dos dirigentes do CCG -Arábia, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar e Kuwait- é a primeira de três convocadas por Riad num momento em que tenta reunir apoio contra o Irã depois de uma série de ataques que despertaram temores de um confronto regional.Após esta cúpula do CCG, será realizada ainda nesta quinta uma reunião da Liga Árabe, e na sexta haverá um encontro da Organização da Cooperação Islâmica (OCI).O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse na quarta-feira que é quase certo que o Irã esteja por trás da sabotagem de quatro barcos, incluindo dois petroleiros sauditas, em frente à costa dos Emirados Árabes Unidos. Enquanto isso, os rebeldes do Iêmen alinhados com Irã têm intensificado os ataques com drones contra o reino saudita, um dos quais gerou o fechamento temporário de um importante oleoduto.O presidente egípcio Abdel Fatah al Sisi, o emir do Kuwait, o xeque Saba Al Ahmed Al Sabah, e o novo líder da junta militar sudanesa, o general Abdel Fatah al Burhan estavam entre os líderes presentes em Meca nesta quinta, segundo informações oficiais.- Irã, presente em Meca -Ao contrário do esperado, o Irã enviou una delegação liderada por Reza Najafi, diretor-geral de Paz Internacional e Assuntos de Segurança no ministério de Exteriores.A tensão na região cresceu após o ataque aos quatro barcos.Para o conselheiro americano de Segurança Nacional, John Bolton, o Irã estaria por trás dos atos de sabotagem de 12 de maio contra quatro navios na entrada do Golfo.As embarcações, entre eles dois petroleiros sauditas, foram alvo de "minas navais, que teriam sido lançadas pelo Irã", informou Bolton ao chegar aos Emirados Árabes Unidos.O Irã criticou "com firmeza" as acusações americanas, e as considerou "ridículas". "Não são surpreendentes umas acusações tão ridículas", disse o porta-voz de Relações Exteriores, Abbas Musavi.Os Estados Unidos participam ao lado de outros países da investigação, dirigida pelos Emirados, sobre esses incidentes que aumentaram a tensão no Golfo."Quem mais poderia fazer isso? Alguém do Nepal?", perguntou ironicamente Bolton, que disse que se reuniria com o príncipe herdeiro de Abu Dabi, Mohamed ben Zayed Al Nahyan, e com seu contraparte, Tahnun ben Zayed Al Nahyan, para analisar as relações bilaterais e as tensões regionais.Esta nova troca de acusações entre Teerã e Washington ocorre após os Estados Unidos reforçar sua presença militar na região com o envio de um porta-aviões e bombardeiros B-52, assim como 1.500 militares, um contingente que Bolton descreveu que era para "dissuadir".- Catar, convidado -O primeiro-ministro do Catar esteve no encontro do CCG, naquela que é a primeira visita à Arábia Saudita de um representante de alto escalão do país desde o início da crise em 2017, segundo informações oficiais.O xeque Abdulah bin Naser bin Khalifa al Thani foi recebido por dirigentes sauditas, anunciou a agência oficial do Catar (QNA). O xeque também ocupa o cargo de ministro do Interior.Em junho de 2017, os sauditas e seus aliados árabes romperam relações com o Catar, que é acusado de apoiar grupos islamitas extremistas assim como o Irã, acusações negadas por Doha.Os encontros de cúpula ocorrem nos últimos dias de jejum do ramadã.

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