O regime sistematicamente chama os rebeldes de "terroristas" financiados pelo exterior
Homens carregam ferido em atentado com carro-bomba na Síria (France Press)
O regime sírio acusou nesta quinta-feira grupos "terroristas" ligados à Al-Qaeda de ter realizado o ataque que matou cerca de 60 pessoas em Damasco."Este atentado terrorista foi realizado por grupos armados terroristas ligados à Al-Qaeda e que recebem apoio financeiro e logístico", declarou o ministério sírio das Relações Exteriores em um comunicado. O regime sistematicamente chama os rebeldes de "terroristas" financiados pelo exterior.
O ministério ressalta que o apoio à esses grupos é "contrário à lei internacional e às resoluções das Nações Unidas em matéria de luta contra o terrorismo".
Ao menos 59 pessoas, em sua maioria civis, foram mortos em Damasco na quinta-feira em um atentado suicida com carro-bomba, o ataque mais sangrento na capital síria desde o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, em março de 2011, segundo um balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). O ataque não foi reivindicado.
Paralelamente, 13 pessoas morreram em um atentado duplo com carro-bomba em Barzé, bairro ao norte da capital.
Vários atentados atingiram nos últimos meses Damasco, tendo como alvo prédios governamentais da Inteligência e da Segurança, a maioria reivindicado pelos jihadistas da Frente Al-Nosra, que combatem o regime ao lado dos rebeldes.
Os rebeldes têm multiplicado suas ofensivas na capital, fortemente controlada pelo poder, enquanto o Exército bombardeia suas posições na periferia e em diferentes frentes de batalha pelo país.
Ao menos 138 pessoas morreram nesta quinta-feira em meio à violência na Síria, incluindo 97 civis, 24 soldados e 20 rebeldes.