INTERNACIONAL

Recifes de moluscos australianos são desastre ecológico desconhecido

Especialistas em Biologia Mari nha pediram às autoridades australianas, nesta quinta-feira (15), que protejam os recifes naturais de moluscos do país - um ecossistema oceânico desconhecido, mas muito ameaçado

AFP
15/02/2018 às 07:50.
Atualizado em 22/04/2022 às 13:30

Especialistas em Biologia Mari nha pediram às autoridades australianas, nesta quinta-feira (15), que protejam os recifes naturais de moluscos do país - um ecossistema oceânico desconhecido, mas muito ameaçado.O mundo já tem conhecimento dos riscos enfrentados pelos recifes de corais, devido - entre outros fatores - à mudança climática. Pouca gente sabe, porém, que entre 90% e 99% dos recifes de moluscos australianos desapareceram desde a colonização britânica há 230 anos, apontam os pesquisadores.Nessa época, havia recifes formados por milhões de ostras e mexilhões nas baías, nos estuários e nas águas do litoral das regiões tropicais e temperadas da Austrália.Eram ecossistemas complexos, que proporcionavam hábitat e alimentos para outras espécies de invertebrados e de peixes, ao mesmo tempo em que filtravam a água e protegiam a costa."Já sabíamos que os recifes de moluscos estavam mal no mundo, com a perda, ou com a grave deterioração, de 85% deles", explica o diretor do estudo e pesquisador da ONG Nature Conservancy, Chris Gillies."Nosso estudo confirma que, na Austrália, a situação é ainda pior. Resta apenas 1% dos hábitats de ostras planas e 10% dos hábitats de saccostrea (um outro tipo de ostra)", adverte.Ian McLeod, cientista do Centro de Pesquisa de Águas Tropicais e Ecossistemas Aquáticos da Universidade James Cook, garante que o fenômeno é desconhecido, diferentemente do branqueamento que afeta a Grande Barreira de Coral, uma joia inscrita no patrimônio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)."É certo que a Grande Barreira e outros recifes de corais estão ameaçados, mas os recifes de moluscos foram os que mais sofreram, na realidade", afirmou."A maioria havia desaparecido antes do nosso nascimento. Então, a gente não sabe o que perdeu", completou.A maioria deles desapareceu no século XIX e no início do século XX por culpa da pesca predatória, da modificação do hábitat, das doenças, das espécies invasivas e da degradação da qualidade da água.Segundo o estudo publicado pela revista científica PLOS ONE, a destruição desses recifes agrava a mudança climática, a acidificação dos oceanos e as ameaças para a costa.De acordo com os pesquisadores, porém, esses recifes podem se restaurar, eliminando-se as causas de sua destruição inicial.Para isso, recomendam proteger os recifes restantes e financiar projetos de restauração."Ainda estamos em tempo de deter sua queda e de recriá-los ali onde, outrora, ofereciam seus benefícios para a população e para a natureza", declarou Gillies.mp/dm/ev/ab/gm/tt

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