Berlim e Paris

Querem que Moscou pressione Síria por cessar-fogo

A chanceler alemã e o presidente francês fizeram um apelo neste domingo para que Moscou exerça "pressão máxima" sobre a Síria para uma aplicação imediata

AFP
25/02/2018 às 13:05.
Atualizado em 22/04/2022 às 14:31
Querem que Moscou pressione Síria por cessar-fogo. (Divulgação)

Querem que Moscou pressione Síria por cessar-fogo. (Divulgação)

A chanceler alemã e o presidente francês fizeram um apelo neste domingo para que Moscou exerça "pressão máxima" sobre a Síria para uma aplicação "imediata" da resolução da ONU que solicita um cessar-fogo nesse país, informou uma fonte oficial em Berlim. Em uma conversa por telefone com o presidente russo Vladimir Putin, Angela Merkel e Emmanuel Macron ressaltaram ser "crucial que a resolução (da ONU) seja implementada de forma rápida e completamente", informou o serviço de imprensa de Merkel em um comunicado.Merkel e Macron "pedem à Rússia que exerça pressão máxima sobre o regime sírio para obter uma suspensão imediata dos ataques aéreos e combates", de acordo com este texto.Com o apoio da Rússia, o Conselho de Segurança aprovou no sábado uma resolução que pede um cessar-fogo o "quanto antes" e que permita a entrega de ajuda humanitária e as evacuações médicas na Síria. A situação no país continua preocupante, principalmente na região de Ghuta Oriental. Em uma semana, o cerco sobre essa região próxima a Damasco já deixou 519 mortos, sendo 127 crianças, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).Moscou, que desde 2015 apoia militarmente o presidente sírio, Bashar al-Assad, negou esta semana estar envolvido nos bombardeios de Ghuta Oriental.Neste contexto, o Irã, um dos principais aliados do regime sírio, assegurou neste domingo que a ofensiva contra os "grupos terroristas" vai continuar em Ghuta Orienta, apesar da resolução das Nações Unidas."Como indica a resolução, as zonas da periferia de Damasco que estão nas mãos de terroristas não estão incluídas no cessar-fogo e as ofensivas de limpeza do Exército sírio vão continuar", declarou o chefe de Estado Maior do Exército iraniano, o general Mohammed Bagheri. "Respeitamos essa resolução, que é uma decisão internacional (...) e o governo sírio também a respeita", indicou o general, acrescentando, no entanto, que "é preciso limpar o território sírio dos grupos terroristas nos próximos meses para que os sírios possam viver tranquilamente".O regime sírio considera como terroristas os extremistas islâmicos e os grupos rebeldes apoiados pelo Ocidente. Papa mostra apoio a cessar-fogo na Síria e chama violência no país de 'desumana' O papa Francisco demonstrou apoio ao cessar-fogo da Organização das Nações Unidas (ONU). Dirigindo-se aos fiéis na Praça de São Pedro, o pontífice pediu o fim "imediato" das hostilidades. "O mês de fevereiro foi um dos mais violentos em sete anos de conflitos: centenas, milhares de vítimas civis, crianças, mulheres e idosos, hospitais foram bombardeados, as pessoas não conseguem ter acesso a comida. Tudo isso é desumano. Você não pode combater o mal com o mal", afirmou.

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