EDITORIAL

Queimadas deixam rastro de destruição

16/09/2020 às 09:33.
Atualizado em 28/03/2022 às 15:32

Não se pode ignorar a dimensão dessa tragédia que está sendo mostrada ao vivo pelos meios de comunicação. Com o tempo seco e a falta de chuvas as queimadas vão se alastrando por todo o Brasil, provocando um quadro dramático e de grande impacto para o meio ambiente e a biodiversidade do País. Levantamento do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), feito por meio de imagens de satélites, confirma que a quantidade de focos de incêndios vem crescendo em todo o território nacional. Os incêndios, boa parte das vezes, são provocados por ação humana, seja por meio de um ato irresponsável, como jogar bituca de cigarro na beira das rodovias, ou iniciados de forma criminosa, como estão mostrando as perícias realizadas por órgãos competentes. No caso do Pantanal, estima-se que entre 10 e 15% da área já tenha sido devastada pelas chamas. O próprio ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que vinha sendo criticado por minimizar o quadro, admitiu que no Pantanal os incêndios atingiram uma proporção gigantesca. O maior impacto atinge todo o conjunto das espécies de seres vivos na região. Os animais e a mata estão queimando há 40 dias. O governo federal, inclusive, anunciou no final de semana que vai ajudar a combater os incêndios na região do Pantanal, levando apoio técnico e financeiro. São Paulo também vem sofrendo com os incêndios. Entre janeiro e agosto deste ano foi registrado um aumento de 53% no número de queimadas em relação ao mesmo período de 2019. O Correio mostrou em reportagem do último domingo (13), que dois incêndios de grandes proporções na Serra da Paulista consumiram boa parte de um parque em Águas da Prata, com focos entre os municípios de São João da Boa Vista e Vargem Grande do Sul, próximos de Campinas. Pelo menos 15 hectares de mata, o equivalente a vinte campos de futebol, foram consumidos pelas chamas. Em Campinas, um incêndio de grandes proporções atinge desde o final de semana uma área de preservação ambiental (APA) na região do Pico das Cabras, distrito de Joaquim Egídio, afetando em torno de 10 mil metros quadrados de vegetação na divisa com Itatiba e Morungaba. Levantamento global da Defesa Civil de Campinas, indica um crescimento de 30% nos focos de incêndio neste ano em relação a 2019. Fato é que todas as ações necessárias ao combate de incêndios tão devastadores devem ser tomadas. O meio ambiente é um bem de todos, esperança de futuro, e sua preservação é uma missão de toda a sociedade.

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