Um total de 569 imigrantes ilegais foram resgatados na manhã deste sábado (23) na costa espanhola, onde o fluxo de chegadas continua após a ancoragem do navio humanitário "Aquarius" seis dias atrás
Um total de 569 imigrantes ilegais foram resgatados na manhã deste sábado (23) na costa espanhola, onde o fluxo de chegadas continua após a ancoragem do navio humanitário "Aquarius" seis dias atrás.Conforme relatado no Twitter pelo Salvamento Marítimo, um órgão dependente do governo espanhol, 264 pessoas foram resgatadas na área do Estreito de Gibraltar a bordo de 16 embarcações. Os imigrantes foram desembarcados nos portos andaluzes de Tarifa e Barbate, segundo um fotógrafo da AFP.Outros 176 imigrantes foram resgatados no Mediterrâneo, entre o sul da Espanha e o norte do Marrocos, e outros 129 ao largo da costa da ilha de Gran Canaria, no arquipélago das Canárias, já no Atlântico.As chegadas de imigrantes na Espanha a partir do norte da África continuam, seis dias após a chegada em Valência, no leste do país, das 630 pessoas socorridas em alto mar pelo navio humanitário "Aquarius", que tanto a Itália como Malta se recusaram a receber.O caso do "Aquarius" agitou a Europa sobre a questão migratória.A Itália tem um novo governo cujo ministro do Interior, o xenófobo de extrema-direita Matteo Salvini, insiste que os demais países da União Europeia devem cumprir seus compromissos de acolhida de imigrantes.A fim de coordenar os esforços sobre este assunto e evitar novos transtornos, uma mini-cúpula em Bruxelas foi convocada com urgência para o domingo, na qual 16 países devem participar.Entre eles estão Itália, França, Alemanha, Áustria, Grécia, Malta e Espanha, com o seu novo primeiro-ministro, o socialista Pedro Sánchez, que tomou a iniciativa de acolher os imigrantes do "Aquarius".Atualmente, a Espanha é a terceira porta de entrada para imigrantes ilegais por via marítima na União Europeia. A primeira entrada continua sendo a Itália e a segunda a Grécia, com uma pequena margem sobre a Espanha.Neste contexto, o "Lifeline", navio humanitário que as autoridades italianas ameaçaram apreender, espera em águas internacionais uma solução diplomática para o seu caso e a chegada de insumos para seus 230 imigrantes a bordo, segundo indicou neste sábado a ONG alemã Lifeline.As autoridades italianas proibiram o barco de entrar em qualquer porto italiano."Esperamos uma solução diplomática. Há discussões entre diferentes Estados" para permitir o acesso do "Lifeline" e dos náufragos resgatados, indicou à AFP Axel Steier, representante na Alemanha da ONG.Além disso, o armador dinamarquês Maersk Line anunciou neste sábado que um de seus porta-contêineres socorreu 113 imigrantes ao largo da costa sul da Itália e se encontra na costa da Sicília.O navio Alexander Maersk mudou seu rumo após receber um pedido de socorro na sexta-feira, indicou à AFP Mikkel Elbek Linnet, porta-voz da Maersk Line.De acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) sobre o Mar Mediterrâneo, até agora este ano o número global de chegadas à UE caiu pela metade em comparação com o mesmo período de 2017.Enquanto na Itália o fluxo caiu consideravelmente, triplicou na Espanha, onde 12.155 imigrantes em situação irregular chegaram entre 1º de janeiro e 20 de junho, segundo a OIM.No mesmo período, um total de 292 imigrantes morreram em sua tentativa de alcançar a costa espanhola. O total no Mediterrâneo até 20 de junho foi de 960 mortos, menos da metade do registrado no mesmo período do ano passado (2.133).pho-avl/acc/mr