DIPLOMACIA

Putin e novo presidente chinês reforçam relação

Xi Jinping iniciou a viagem de três dias a Rússia com uma visita ao Kremlin

France Press
22/03/2013 às 11:32.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:32
"Agradecemos sua decisão de ter escolhido nosso país para sua primeira visita ao exterior", declarou Putin (France Press)

"Agradecemos sua decisão de ter escolhido nosso país para sua primeira visita ao exterior", declarou Putin (France Press)

O presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega chinês, Xi Jinping, destacaram nesta sexta-feira (22) excelente relação bilateral, que deve se materializar em acordos econômicos, na primeira viagem ao exterior do novo chefe de Estado chinês.

Xi iniciou a viagem de três dias a Rússia com uma visita ao Kremlin, ao lado da esposa Peng Liyuan, uma famosa cantora que provocou grande sensação com o sorriso e elegância.

"Agradecemos sua decisão de ter escolhido nosso país para sua primeira visita ao exterior", declarou Putin.

"Somos bons amigos, as relações entre Rússia e China nunca foram tão boas", afirmou Xi Jinping, que assumiu a presidência na semana passada.

Depois de tomar posse na semana passada, Xi respondeu ao convite do colega Putin, que viajou a China em junho de 2012, menos de um mês depois de voltar ao poder.

Nas últimas duas décadas, a economia dominou a relação bilateral. Moscou vendeu a Pequim tecnologia militar e espacial, além de petróleo, enquanto importava em grande quantidade produtos de consumo chineses.

"Nos últimos 20 anos, o comércio bilateral multiplicou por 14 e alcançou no ano passado o valor recorde de 88,2 bilhões de dólares", destacou o chefe de Estado chinês.

Uma das prioridades é elevar o comércio a 100 bilhões de dólares até 2015 e "desenvolver a colaboração estratégica", completou.

Durante a visita, os dois presidentes assinarão um acordo sobre o aumento de fornecimento de petróleo a China, anunciou o ministro russo da Energia, Alexander Novak.

"Atualmente fornecemos 15 milhões de toneladas por ano, e 50 milhões não é um objetivo inacessível", declarou o presidente da petroleira russa Rosneft, Igor Sechin.

"A China é um mercado prioritário", completou Sechin, ligado a Putin.

"Os projetos econômicos reavivarão nossos vínculos, paralisados nos últimos anos", declarou à AFP Serguei Sanakoiev, secretário para promoção do comércio de produtos industriais da Câmara China-Rússia.

A Rússia, que busca diversificar as vendas de combustíveis para fora da Europa, deseja ainda concluir um acordo que permitiria vender a China quase 70 bilhões de metros cúbicos de gás nos próximos 30 anos.

O porta-voz da empresa russa Gazprom, Serguei Kuprianov, citou a possibilidade de assinatura de um acordo durante a visita.

Moscou e Pequim também assinarão um acordo preliminar que permitirá a grupos chineses participar no desenvolvimento do extremo oriente russo, além de investimentos na construção de estradas e em projetos de telecomunicações, destacou Sanakoiev.

De acordo com Dimitri Trenin, do centro de estudos Carnegie de Moscou, Pequim buscará com esta visita reforçar os vínculos com a Rússia para ganhar status internacional.

"As relações (de Pequim) com Estados Unidos são complicadas, há uma ruptura com o Japão e as coisas não são fáceis com a Índia", afirmou à AFP.

Putin e Xi também devem conversar sobre a Síria, da qual os dois países são aliados, e sobre a Coreia do Norte, que executou no mês passado o terceiro teste nuclear.

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