POLÍTICA

PT diverge sobre tom da oposição a governo Temer

O PT abriga diferentes posições sobre a forma de tratar, a partir de agora, projetos que sempre defendeu, como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)

Estadão Conteúdo
16/05/2016 às 07:57.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:35
O PT abriga diferentes posições sobre a forma de tratar, a partir de agora, projetos que sempre defendeu, como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) (José Cruz/Agência Brasil)

O PT abriga diferentes posições sobre a forma de tratar, a partir de agora, projetos que sempre defendeu, como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) (José Cruz/Agência Brasil)

A cúpula do PT está dividida sobre o tom da estratégia de oposição ao governo comandado por Michel Temer. À procura de uma bandeira que vá além do discurso do "golpe" contra Dilma Rousseff, afastada da Presidência por até 180 dias, o comando petista pode apoiar até mesmo a proposta de antecipação das eleições presidenciais, mas ainda há divergências sobre o rumo a seguir. O PT também abriga diferentes posições sobre a forma de tratar, a partir de agora, projetos que sempre defendeu, como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A intenção de reeditar a CPMF como "imposto temporário" foi anunciada na sexta-feira, 13, pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Nada do que vier desse governo ilegítimo será aprovado por nós. Faremos oposição ferrenha", afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Nem todos, porém, têm a mesma opinião. "Em princípio, o que nós defendíamos antes, continuaremos defendendo. Se os recursos da CPMF forem vinculados à saúde, a proposta pode ter nosso apoio. Sou favorável a isso", disse o ex-líder do governo no Senado Humberto Costa (PT-PE), que foi ministro da Saúde no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. O modelo da oposição petista será discutido nesta segunda, 16, na reunião da Executiva do partido, e também na terça, quando haverá encontro do Diretório Nacional, em Brasília, com a presença de ex-ministros, governadores e prefeitos. Lula foi convidado, mas no domingo, 15, informou que não poderá comparecer. Antes de o impeachment ser aprovado pelo Senado, em primeira votação, Dilma chegou a cogitar a possibilidade de enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para encurtar o seu mandato. Seria uma tentativa de fazer um aceno para o diálogo com outras forças e, ao mesmo tempo, de "emparedar" Temer. Recuo Dilma desistiu de enviar a proposta porque a CUT e o MST foram contrários à ideia. Agora que ela não tem mais a caneta na mão, uma ala do PT quer avalizar uma proposta em tramitação no Senado que prevê eleições presidenciais em outubro, mês das disputas municipais. A chance de aprovação de um projeto assim é remota, mas correntes do PT julgam necessário movimentar o debate político e constranger Temer. Mais uma vez, há divergências. "Não é o momento de tratar disso. Temos de fazer a defesa do mandato de Dilma, lutar pelo 'Fora Temer' e cuidar das eleições para prefeituras", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). "Essas devem ser nossas prioridades."

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