ponte Santos-Guarujá

Projeto atende mais fluxo logístico do que urbano

Em apresentação na Fiesp, Jennyfer Tsai apresentou um novo projeto de ligação seca por meio do túnel, com redução de custos

Estadão Conteúdo
10/09/2019 às 17:58.
Atualizado em 30/03/2022 às 16:14

O projeto para construir uma ponte para ligar a região de Santos e Guarujá seria uma solução mais logística do que necessariamente urbana, afirmou a diretora de infraestrutura da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Jennyfer Tsai. "Ela atende muito mais a um fluxo logístico do que urbano. Ele está conectado ao sistema Anchieta-Imigrantes. E não vem resolver um problema de mobilidade de quem trabalha em Santos e mora em Guarujá", afirmou. Em apresentação na Fiesp, Jennyfer apresentou um novo projeto de ligação seca por meio do túnel, com redução de custos. Segundo a diretora, o projeto anterior estava custeado na casa dos R$ 3,2 bilhões, contra os R$ 2,9 bilhões do projeto da ponte. "Viemos com a solução de um túnel otimizado, ao custo de R$2,5 bilhões (por meio de redução sobretudo nas desapropriações) com ligações perimetrais (com projeto ainda em andamento) no valor de R$ 1 bilhão", afirmou. "Se a dificuldade fosse meramente financeira, podemos destacar técnicos. A gente quer tirar o projeto do papel e identificar o que pode ser otimizado". Jennyfer disse que muito se fala que as balsas em operação prejudicariam a atividade do porto, o que não seria verdade. "A balsa aguarda o momento em que não tem nenhuma embarcação de grande porte para atravessar. Então, a ponte não resolve esse problema. Isso traz fila na balsa. O problema da fila não é questão de manutenção. As balsas precisam esperar os navios atravessarem para passar pelo canal", destacou. De acordo com o diretor executivo de concessões estaduais da Ecovias, Rui Juarez Klein, o projeto da ponte não exclui todas as propostas que já foram feitas. "Meu papel é mostrar que a ponte precisa ser desmitificada", defendeu. Ele acrescentou que o ideal seria que os dois projetos fossem construídos, mas defendeu que a empresa tem restrições jurídicas, com abrangência apenas em melhorias que cabem ao sistema Anchieta-Imigrantes. "As manobras que ocorrem por baixo da ponte respeitam as estruturas já existentes e futuras. A ponte só se harmoniza a essas restrições", disse, ao responder questionamentos de riscos diante da instalação da estrutura. A Fiesp promoveu um workshop nesta terça-feira, 10, para discutir a melhor opção de ligação seca entre Santos e Guarujá. O Governo do Estado de São Paulo, na gestão anterior, fez a opção pelo túnel. Já nesta gestão, fez-se a opção pela ponte. A possibilidade de a instalação de um limitador artificial no maior porto da América Latina tem preocupado o setor, uma vez que os navios estão cada vez maiores e a ponte pode dificultar o trânsito das embarcações. A ponte projetada pela Ecovias, que é a concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), principal ligação entre a região metropolitana de São Paulo e o Porto de Santos, terá 7,5 quilômetros de extensão entre Santos e Guarujá. O custo previsto da obra é de R$ 2,9 bilhões. Em troca, o governo estenderia o contrato de concessão da Ecovias, que vigora até 2026. A empreitada da gestão de João Doria de fazer uma ligação seca - atualmente o trajeto pode ser feito por balsas - está longe de ser uma briga nova. Há mais de 90 anos diversos governos tentaram avançar com o projeto, mas sem sucesso.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por