INTERNACIONAL

Procurador da Califórnia descarta acusar policiais que mataram jovem negro

O procurador-geral da Califórnia descartou nesta terça-feira (5) que seu escritório apresente acusações contra os dois oficiais envolvidos na morte a tiros de um jovem negro desarmado

AFP
05/03/2019 às 21:20.
Atualizado em 04/04/2022 às 21:50

O procurador-geral da Califórnia descartou nesta terça-feira (5) que seu escritório apresente acusações contra os dois oficiais envolvidos na morte a tiros de um jovem negro desarmado.Xavier Becerra, que cumpre funções de secretário de Justiça, disse que os policiais agiram de acordo com a lei quando dispararam 10 vezes cada um contra Stephon Clark no quintal da casa de sua avó em Sacramento, onde morava.O relatório independente de Becerra segue a linha da promotora do condado de Sacramento, Marie Schubert, que tampouco acusou os dois oficiais.A decisão de Schubert gerou protestos durante o final de semana, com 84 pessoas detidas na segunda-feira, incluindo universitários, jornalistas e um pastor, que exigiram uma prestação de contas neste caso que causou indignação em todo o país."A perda dessa vida é uma tragédia e é o tipo de tragédia que já tivemos que enfrentar vezes demais no estado e na nação", assinalou Becerra em uma coletiva de imprensa. "Depois de revisar extensivamente o expediente, achamos que a evidência não apoiava a apresentação de acusações criminais contra os oficiais envolvidos no tiroteio".A polícia respondia a um chamado aos serviços de emergência sobre um homem que havia quebrado janelas de carros na área e considerou Clark como o principal suspeito.Em vídeos gravados de um helicóptero e através das câmeras nos uniformes dos policiais, é possível ver o jovem correndo e buscando abrigo na casa de seus avós, onde morava. Os oficiais gritam: "Mostre suas mãos!", e imediatamente seguem: "Arma, arma, arma!". Então dispararam 20 vezes. Ao revisar o corpo, os agentes só encontraram um celular iPhone. Uma necropsia revelou que sete balas atingiram Clark, incluindo três nas costas. Exames de sangue revelaram que a vítima tinha álcool, cocaína e opioides em seu sistema.Os detetives determinaram que Clark havia, de fato, quebrado as janelas de três carros estacionados perto da casa de sua avó e que havia destruído a porta corrediça de um vizinho com um bloco de cimento.O assassinato de Clark ocorreu em meio às crescentes tensões nos Estados Unidos pelo uso da força mortal por parte da polícia em todo o país, especialmente no caso dos negros.No mês passado, um jovem rapper americano recebeu 26 disparos da polícia na Califórnia depois que o encontraram caído em seu carro com uma pistola no colo.O procurador federal McGregor W. Scott e Sean Ragan, agente do FBI a cargo do caso, disseram em uma declaração que trabalhariam no Departamento de Justiça para analisar se houve "violações dos direitos civis federais do senhor Clark".

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