INGLATERRA

Prisão perpétua para pai culpado da morte de 6 filhos

Michael 'Mick' Philpott, de 56 anos e pai de 18 filhos, deverá cumprir no mínimo 15 anos de sua pena

Da France Press
04/04/2013 às 20:33.
Atualizado em 25/04/2022 às 21:44
Caixões dos cinco filhos do casal mortos em consequência do incêndio que destruiu a casa da família  (France Press)

Caixões dos cinco filhos do casal mortos em consequência do incêndio que destruiu a casa da família (France Press)

Um britânico foi condenado nesta quinta-feira (4) à prisão perpétua, depois de ter sido declarado culpado por homicídio junto com a esposa e outro cúmplice pela morte de seis crianças em um incêndio criminoso.

Michael 'Mick' Philpott, de 56 anos e pai de 18 filhos, deverá cumprir no mínimo 15 anos de sua pena. Sua esposa Mairead, de 32, e o amigo do casal, Paul Mosley, de 46, foram sentenciados a 17 anos de prisão cada um.

Os cinco filhos do casal e outro, fruto de uma relação anterior de Mairead, com idades entre cinco e 13 anos, morreram em consequência do incêndio que destruiu a casa da família em 11 de maio de 2012 na localidade de Derby, centro da Inglaterra.

"O senhor é um homem particularmente perigoso. O princípio que o guia é o de que o que Mick Philpott quer, Mick Philpott consegue. Não tem uma bússola moral", afirmou a juíza do caso.

O plano original de Philpott, que não pretendia matar as crianças, era provocar o incêndio, resgatar os menores por uma janela e atribuir a culpa pelo fogo à sua ex-amante, Lisa Willis - que vivia na mesma casa - para obter a custódia dos filhos e, em consequência, maiores seguros sociais.

"Foi um ato diabólico, estúpido, vergonhoso", resumiu Steve Cotterill, o chefe das investigações.

O julgamento, que durou oito semanas, revelou detalhes sobre a vida de Mick Philpott, um desempregado com tendências violentas e que teve 18 filhos com cinco mulheres diferentes.

Ex-militar, ele viveu durante dez anos sob o mesmo teto com sua esposa e sua amante, e com os 11 filhos de ambas, dos quais apenas dois não eram seus.

Ele já havia sido condenado a sete anos de prisão em 1978 por ter tentando matar uma namorada a facadas.

O julgamento foi aproveitado por parte da imprensa local para criticar o sistema de subsídios sociais, e pelo governo, que defende sua reforma.

Segundo o jornal The Times, Mick Philpott recebia o equivalente a um salário de 100.000 libras (152.000 dólares), contando os subsídios, os salários de sua mulher e da amante e o que poupava em impostos.

"Produto imundo do sistema de subsídios sociais no Reino Unido", foi a manchete do sensacionalista Daily Mail.

"É normal que o governo, a sociedade e o contribuinte se perguntem por que subvencionamos trens de vida como este", reagiu, por sua parte, o ministro das Finanças George Osborne.

Chamado de "Mick Sem Vergonha" pela imprensa sensacionalista, ele já havia dado o que falar em 2007 em um documentário em que pedia ao governo uma moradia maior para sua família.

Também tentou abusar da generosidade dos cidadãos britânicos que chegaram a doar fundos para que pudesse pagar pelo enterro das crianças mortas na tragédia.

Para seu advogado, Anthony Orchard, Mick Philpott deverá "viver até o fim de seus dias com o ódio da imprensa e da opinião pública".

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