Presidente eleito do Panamá quer revisar acordos comerciais com EUA e América Central

O presidente eleito do Panamá, Laurentino Cortizo, disse querer revisar os acordos de livre-comércio com os Estados Unidos e a América Central. Cortizo (Partido Revolucionário Democrático, PRD) venceu neste domingo o candidato de direita Rómulo Roux por uma pequena margem, nas sextas eleições gerais após a invasão americana de 1989, que deu fim à ditadura de Manuel Antonio Noriega (1983-1989).Analistas descartam que Cortizo, sucessor do atual presidente Juan Carlos Varela, vá realizar grandes mudanças na política internacional, embora haja dúvidas sobre o que poderia fazer com o Tratado de Livre-Comércio (TLC) com os Estados Unidos. Cortizo afirmou neste domingo que "gostemos ou não, é um tratado que temos que respeitar os panamenhos", embora "existam cláusulas dentro do tratado que nos permitem fazer essa solicitação" de revisão, afirmou."Obviamente, com os Estados Unidos temos que ser bem cautelosos quando solicitamos revisar tratados (...) porque é nosso principal sócio", afirmou Cortizo.Mas alguns analistas acham pouco provável que o futuro presidente chegue a revisar o pacto comercial com os Estados Unidos.Os dois países também compartilham programas de segurança no combate ao narcotráfico, ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e à imigração ilegal.Cortizo, empresário e pecuarista, também tem se mostrado favorável à revisão dos acordos comerciais com os países da América Central, que em sua opinião são prejudiciais aos produtores panamenhos, que se queixam das importações que prejudicam seus produtos locais. "Eu sei que existem outros tratados na América Central que vamos solicitar uma revisão, como a Costa Rica e a Nicarágua", disse Cortizo no domingo, sem dar mais detalhes.jjr/mas/gm/ll