'fatores negativos'

Presidente chinês critica relação com EUA

O destróier "USS Stethem" passou a menos de 12 milhas náuticas (22 km) da ilha Triton, que faz parte do arquipélago das ilhas Paracel

France Presse
03/07/2017 às 11:06.
Atualizado em 22/04/2022 às 18:57
Presidente chinês critica relação com EUA (Divulgação)

Presidente chinês critica relação com EUA (Divulgação)

O presidente chinês, Xi Jinping, criticou nesta segunda-feira, em uma conversa com o presidente americano Donald Trump, os "fatores negativos" que prejudicam as relações entre os dois países, após várias iniciativas de Washington, a última delas no Mar da China Meridional. Xi e Trump conversaram por telefone poucas horas depois do último incidente, no qual um navio de guerra americano passou pelas imediações de uma ilha controlada por Pequim no Mar da China Meridional. O ministério chinês das Relações Exteriores denunciou uma "séria provocação política e militar". O destróier "USS Stethem" passou a menos de 12 milhas náuticas (22 km) da ilha Triton, que faz parte do arquipélago das ilhas Paracel, território que também é reivindicado por Taiwan e pelo Vietnã. A ilha é administrada pela China há várias décadas. Pequim respondeu com o envio de três embarcações militares e dois aviões de combate como medida de advertência contra o navio americano, com a exigência de que abandone a região, informou em um comunicado Wu Qian, porta-voz do ministério chinês da Defesa. Ele criticou uma "ação ilegal" que "afetará seriamente a confiança estratégica mútua". Esta é a segunda operação do tipo realizada no Mar da da China Meridional desde a chegada ao poder de Donald Trump. Na região, a China mantém disputas a respeito da soberania de ilhas e recifes com outros países, principalmente Vietnã e Filipinas. Fatores negativos "A parte chinesa urge energicamente à parte americana colocar fim imediatamente a esse tipo de provocação que viola a soberania da China e ameaça sua segurança", insistiu o porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang. A manobra dos Estados Unidos, pouco antes da conversa entre os dois presidentes, que já estava prevista, parece confirmar a tensão nas relações entre os países, acabando com uma aproximação registrada desde abril, quando os chefes de Estado se encontraram em Mar-a-Lago, Flórida. Washington autorizou na semana passada uma venda de armas por 1,3 bilhão de dólares a Taiwan, uma ilha independente de fato, mas que tem a soberania reivindicada pelo regime comunista. O governo americano também anunciou na semana passada sanções contra um banco chinês acusado de lavar dinheiro norte-coreano. Além disso, Washington está preocupado com o respeito das liberdades em Hong Kong, 20 anos depois da devolução da ex-colônia britânica a China. Na semana passada, o governo dos Estados Unidos incluiu o gigante asiático na lista negra de tráfico de seres humanos. Em sua conversa nesta segunda-feira com Donald Trump, Xi Jinping lamentou que a relações bilaterais sejam afetada por "fatores negativos", segundo um comunicado da diplomacia chinesa. Também pediu ao colega americano um tratamento "correto às questões relativas a Taiwan, de acordo com o princípio de uma China única". Xi-Trump no G20   O presidente chinês ressaltou, no entanto, os "importantes resultados" obtidos nas relações bilaterais desde a reunião de abril e confirmou que está previsto um encontro com Trump à margem da reunião de cúpula do G20, que acontecerá esta semana em Hamburgo (Alemanha). Poucas horas depois da manobra americana no Mar da China Meridional, Trump também conversou por telefone com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. "O presidente Trump mencionou a crescente ameaça provocada pelo programa nuclear e balístico da Coreia do Norte", na conversa com Xi, informou a Casa Branca. O presidente americano, que criticou duramente a China na campanha eleitoral, também "reiterou a determinação para obter relações comerciais mais equilibradas com os sócios comerciais dos Estados Unidos", segundo o governo. Um porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang, declarou que os dois países estão "dispostos a promover suas relações".

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