INTERNACIONAL

Premiê italiano ameaça renunciar por polêmica na base governista

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, ameaçou nesta segunda-feira (3) renunciar ao cargo, se continuarem as polêmicas entre as duas forças da coalizão populista - o antissistema Movimento 5 Estrelas e a Liga, de extrema direita

AFP
03/06/2019 às 18:20.
Atualizado em 31/03/2022 às 00:49

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, ameaçou nesta segunda-feira (3) renunciar ao cargo, se continuarem as polêmicas entre as duas forças da coalizão populista - o antissistema Movimento 5 Estrelas e a Liga, de extrema direita."Peço às duas forças políticas que se decidam se vão cumprir, ou não, o acordo de governo", declarou Conte, após exigir "uma colaboração leal", do contrário "renuncio ao cargo".Com sinais de cansaço do que chamou de "polêmicas estéreis e discussões inúteis", pediu "uma resposta inequívoca e rápida, o país não pode esperar"."Serve ter uma visão, os 'likes' não são suficientes", lamentou Conte, ao criticar indiretamente a política do ultradireitista Matteo Salvini, particularmente ativo nas redes sociais.O premiê, que enumerou os principais feitos do primeiro ano de governo, reconheceu que a vitória esmagadora de Salvini nas eleições europeias de 26 de maio modificavam completamente os equilíbrios de poder na coalizão de governo.O M5E, que obteve 32,5% dos votos nas legislativas de março de 2018, naufragou nas europeias após obter decepcionantes 17%, enquanto a Liga, de Salvini, passou de 17% a 34%, e agora quer impor sua política social e econômica."Colaborar quer dizer que não é preciso alterar o diálogo com a União Europeia para evitar que nos abram um processo por déficit excessivo", explicou Conte, ao se referir novamente às declarações irônicas de Salvini sobre a eventual carta de Bruxelas com o anúncio de sanções."Uma colaboração leal significa que se aparecerem problemas políticos, não se deve dar sinais ambíguos em jornais e telejornais, mas que se fale antes de tudo com o chefe de governo", explicou."Se continuarmos com as polêmicas na imprensa e nas redes sociais, não poderemos continuar trabalhando", insistiu. "Temos que traçar o futuro do país, que é algo mais que agradar multidões em locais públicos ou compilar 'likes' nas redes sociais", acrescentou, em alusão à estratégia de comunicação de Salvini, que vive em eterna campanha eleitoral no Twitter, Instagram e Facebook.

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