INTERNACIONAL

Premiê britânica pede acordo 'urgente' sobre segurança com UE pós-Brexit

A primeira-ministra britânica, Theresa May, insistiu neste sábado (17) na "urgência" de se negociar uma cooperação de segurança privilegiada entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) após o Brexit, alertando que, sem isso, a segurança dos europeus ficará "em perigo"

AFP
17/02/2018 às 13:20.
Atualizado em 22/04/2022 às 13:46

A primeira-ministra britânica, Theresa May, insistiu neste sábado (17) na "urgência" de se negociar uma cooperação de segurança privilegiada entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) após o Brexit, alertando que, sem isso, a segurança dos europeus ficará "em perigo"."Esta não é uma época, na qual possamos permitir que nossa cooperação se veja inibida, que a segurança dos nossos cidadãos seja posta em perigo por uma competição entre sócios, rigidez institucional e ideologias arraigadas", advertiu durante a Conferência de Munique sobre Segurança.Para May, europeus e britânicos "não podem adiar essa discussão" e devem "urgentemente elaborar um tratado para proteger todos os cidadãos europeus".Esse acordo deve estabelecer mecanismos para organizar o respeito da soberania de cada país e prever que as jurisdições europeias sejam competentes em alguns casos, e as britânicas, em outros, detalhou a premiê."Devemos fazer o que for mais útil, mais pragmático para garantir nossa segurança coletiva", acrescentou.O ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, que falou antes de May, tentou se mostrar conciliador, apontando que o Reino Unido, "durante décadas, contribuiu para as capacidades, tradições e pensamento da União Europeia"."Devemos tentar manter relações tão estreitas e produtivas quanto possível após o Brexit", defendeu."O Reino Unido abandona a UE, mas não abandona a Europa, nem a ordem liberal ocidental", insistiu Gabriel.- Não há 'guerra' contra Londres -O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, também disse confiar na manutenção desse laço com o Reino Unido e no desenvolvimento da Europa da Defesa.O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reiterou, por sua vez, que os europeus não estão "em guerra" contra Londres e querem conservar "essa ponte de segurança, essa aliança de segurança" com os britânicos."Mas não quero que coloquem no mesmo cesto as questões sobre a política de segurança e as questões comerciais", advertiu Juncker, depois de May já ter sido criticada por parecer querer vincular a cooperação em matéria de segurança - terreno no qual Londres tem um papel crucial na Europa - a um acordo comercial privilegiado com a UE.As negociações entre britânicos e europeus parecem em ponto morto atualmente. O Reino Unido ainda não definiu sua postura sobre as futuras relações comerciais e tampouco está de acordo sobre as modalidades do período de transição reivindicadas para depois do Brexit. No cronograma atual, a conclusão da saída está prevista para 29 de março de 2019.- 'Criatividade real' -Segundo May, manter uma associação estreita entre a UE e o Reino Unido pós-Brexit seria uma ambiciosa decisão, sem precedentes."Já existem em outros terrenos, como comércio, relações estratégicas entre a UE e outros países", afirmou."E não há qualquer razão jurídica, ou operacional que impeça um acordo em matéria de segurança interna", completou.A premiê ressaltou que o fim da participação britânica nos mandados europeus de detenção, ou na Europol, prejudicaria muito a eficácia da luta europeia contra o terrorismo, o crime organizado e a cibercriminalidade.May pediu que as lideranças de ambos os lados mostrem "vontade política" e "criatividade real".Por último, prometeu que Londres respeitará todas as sanções internacionais adotadas quando era membro da UE e poderá continuar, se for necessário, participando de operações europeias no exterior.Na sexta-feira (16), os diretores dos serviços de Inteligência Estrangeira britânicos (MI6), franceses (DGSE) e alemães (BND) se manifestaram em conjunto - o que é incomum - para garantir que o Brexit não prejudicará sua cooperação."Mesmo depois da saída do Reino Unido da UE deve-se manter uma estreita cooperação e continuar compartilhando informação entre os Estados em questões de terrorismo internacional, de imigração clandestina, de proliferação e de ciberataques", afirmaram em um comunicado conjunto divulgado na página on-line do BND, por ocasião da Conferência de Munique.bur-alf/dab/pg/acc/erl/tt

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