INTERNACIONAL

Potências mundiais se reúnem em conferência sobre Proibição de Armas Químicas

As maiores potências mundiais se reunirão nesta segunda-feira durante uma importante conferência da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), a primeira desde as recentes acusações de espionagem russa contra sua sede em Haia

AFP
18/11/2018 às 13:20.
Atualizado em 05/04/2022 às 20:30

As maiores potências mundiais se reunirão nesta segunda-feira durante uma importante conferência da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), a primeira desde as recentes acusações de espionagem russa contra sua sede em Haia.A OPAQ enfrentará tensas discussões em torno de uma nova equipe de investigação, encarregada de identificar os responsáveis pelos ataques na Síria e cujas atividades devem começar no início do próximo ano.Em junho, a Rússia comparou a organização a um Titanic que estava "afundando", seguindo a decisão da maioria dos 193 estados membros de fortalecer os poderes da OPAQ autorizando-a a identificar o autor de um ataque químico e não apenas documentar o uso da referida arma.Dois meses antes, as autoridades holandesas prenderam e expulsaram quatro agentes russos que preparavam um ataque cibernético contra a sede da organização, pouco depois da tentativa de envenenamento do ex-russo Sergey Skripal em Salisbury (sul da Inglaterra), do qual Londres acusa a Rússia.A poucos dias desta importante reunião, seu novo diretor-geral, Fernando Arias, reconheceu que a OPAQ está passando por um "período difícil".Arias, que assumiu o cargo no final de julho, fará o discurso de abertura da Conferência dos Estados Membros na segunda-feira, durante a qual integrantes como Rússia, Estados Unidos, Reino Unido e França terão a oportunidade de usar da palavra.A organização, laureada com o Prêmio Nobel da Paz em 2013, é responsável por supervisionar a implementação da Convenção sobre Armas Químicas (CWC), que proíbe a produção e o armazenamento de armas químicas.A OPAQ afirma ter contribuído para a eliminação de 96% das reservas mundiais declaradas de armas químicas desde a sua entrada em vigor em 1997.- Equipe forte -Ataques químicos repetidos na Síria desde 2013, um ex-agente russo envenenado com a substância neurotóxica Novichok em março na Inglaterra, o meio irmão do líder norte-coreano Kim Jong Un envenenando com VX na Malásia em 2017: a multiplicação do uso da arma química ampliou consideravelmente o papel de OPAQ nos últimos anos.A reunião que começa nesta segunda tem como objetivo ativar os novos poderes que foram acertados com a OPAQ durante uma votação a portas fechadas em junho.A organização agora pode atribuir responsabilidade de futuros ataques químicos em todo o mundo, desde que seja solicitada pelo país em que o incidente ocorrer. Rússia e Irã, aliados da Síria, opuseram-se ao reforço desses poderes, denunciando o risco de politizar a organização.De acordo com Fernando Arias, a OPAQ está implementando uma "missão de resposta rápida" a qualquer uso da arma química no mundo, bem como uma equipe "muito pequena, mas muito forte" para a Síria. Esta equipe, composta por uma dezena de membros, tem como objetivo identificar os responsáveis pelos ataques químicos realizados na Síria desde 2013.dk/smt/bc/cn

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