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Policiais que mataram jovem negro na Califórnia se salvam da Justiça

Os policiais que mataram a tiros há um ano um jovem negro na Califórnia ao confundirem o seu celular com uma arma de fogo não serão acusados pela Justiça local, mas a sua família apelará nesta segunda-feira (4) ao procurador do estado

AFP
04/03/2019 às 20:50.
Atualizado em 04/04/2022 às 21:52

Os policiais que mataram a tiros há um ano um jovem negro na Califórnia ao confundirem o seu celular com uma arma de fogo não serão acusados pela Justiça local, mas a sua família apelará nesta segunda-feira (4) ao procurador do estado.A promotora do condado de Sacramento, Anne Marie Schubert, disse no sábado que os dois oficiais que atiraram em Stephon Clark em março de 2018 "tiveram uma honesta e razoável crença de que estavam em perigo iminente de morte ou lesão", de modo que a sua reação foi "legal". Ativistas e parentes entregarão uma carta nesta segunda-feira ao procurador da Califórnia, Xavier Becerra, para que acuse os dois policiais. Clark, de 22 anos e pai de dois filhos, foi baleado 20 vezes no quintal de sua casa em 18 de março de 2018.A polícia respondeu a um chamado aos serviços de emergência sobre um homem que havia quebrado janelas de carros na área e considerou Clark como o principal suspeito.Em vídeos gravados de um helicóptero e através das câmeras nos uniformes dos policiais, é possível ver o jovem correndo e buscando abrigo na casa de seus avós, onde morava. Os oficiais gritam: "Mostre suas mãos!", e imediatamente seguem: "Arma, arma, arma!". Então eles dispararam 20 vezes. Ao revisar o corpo, os agentes só encontraram um celular iPhone. O caso gerou grandes protestos em Sacramento, que bloquearam avenidas, e cerca de 500 pessoas compareceram ao funeral. "A morte de Stephon Clark foi uma tragédia que teve um impacto devastador em sua família e em nossa comunidade", disse Schubert em seu relato. "Um jovem perdeu a vida" e "nenhuma decisão ou relatório irá restaurar a vida de Stephon Clark". "O fato de que as acusações criminais não sejam apropriadas sob a lei neste caso em nada diminui a frustração e raiva que muitos de nossa comunidade têm manifestado desde a sua morte. Aqueles que levantaram suas vozes merecem ser ouvidos".Pequenas manifestações foram registradas no fim de semana em frente ao departamento de polícia e a um shopping, que fechou as portas por precaução. O time de basquete da capital californiana, o Sacramento Kings, disse que esperava novos protestos durante o jogo desta segunda à noite.Os arredores do estádio foram fechados e apenas pessoas com ingressos serão permitidas."Sem justiça, não há paz. Parem de proteger os porcos", "#YoSoyStephonClark", "Acusem os oficiais", foi lido nos cartazes do fim de semana. Os negros representam a grande maioria dos civis mortos por oficiais das forças de ordem, que muitas vezes não são acusados pela Justiça.

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