EM CAMPINAS

Polícia Federal rastreia rede de pedofilia

A segunda fase da Operação Darknet investiga a participação de 67 pessoas na troca e na distribuição de fotos e vídeos com conteúdo pornográfico

Alenita Ramirez
22/11/2016 às 09:07.
Atualizado em 22/04/2022 às 21:25
Segundo nota da PF, cerca de 300 policiais federais cumprem as ordens judiciais (Divulgação)

Segundo nota da PF, cerca de 300 policiais federais cumprem as ordens judiciais (Divulgação)

  A Polícia Federal de Campinas apreendeu na manhã desta terça-feira em Campinas três notebooks durante a segunda fase da Operação Darknet, que tem por objetivo combater uma rede de distribuição de pornografia infantil na chamada Deep Web. A apreensão foi feita em três endereços localizados na região da Rodovia Santos Dumont (SP-75), em Campinas. Além do computador também foram apreendidos pen drives. Todo o material será encaminhado para perícia, cujo laudo vai indicar se será aberto inquérito para investigar o dono da máquina ou não. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. Ninguém foi preso. Foram cumpridos 70 mandados de busca e apreensão e três de prisão em 16 estados brasileiros: Alagoas, Pernambuco, do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Paraíba, Pará, Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Paraná. Na Capital paulista foram 10 mandados de busca e apreensão, além de Campinas. No total foram presas 14 pessoas. A investigação é da PF do Rio Grande do Sul e envolveu 300 policiais. A primeira fase da operação aconteceu há dois anos. Durante as investigações, os policiais anteciparam a execução de sete ordens judiciais para evitar a possibilidade de abuso sexual de crianças. Elas ocorreram no Paraná, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Os investigados são suspeitos de distribuição de fotos e vídeos com conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.A Deep Web é conhecida como a internet segura para divulgação de conteúdo de forma anônima. É invisível e corresponde a 90% da internet - hoje a pesquisa é feita em apenas 10% da web. “A arquitetura desse ambiente impossibilita a identificação do ponto de acesso (computador), ocultando o real usuário que acessa a rede. Poucas polícias no mundo obtiveram êxito em investigações na Dark Web, como o FBI, a Scotland Yard e a Polícia Federal Australiana”, disse o delegado da Delegacia de Defesa Institucional da PF no Rio Grande do Sul, Fenando Casarin.Segundo Casarin, a Dark web (Darknet) é uma rede que apesar da dificuldade, é possível rastrear quem usou. Já na Deep Web o rastreamento é quase impossível. Nela, todas as postagens são anônimas e não tem como identificar os usuários. “É uma ferramenta muita usada por criminosos virtuais. Para acessá-la é preciso navegador específico e o mais usado no mundo é o chamado roteador da cebola”, disse. Segundo o delegado, o rastreamento nesta segunda fase começou do zero e foi feito de dentro da delegacia. Nos três primeiros meses da primeira fase foram identificados mais de 3 mil acessos e na época houve 90 mandados de busca e apreensão. A segunda fase investiga a participação de 67 pessoas na distribuição de imagens. 

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