tentativa de fuga

Polícia Federal prende blogueiro bolsonarista

A PF prendeu ontem o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, investigado no inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos

Estadão Conteudo
Estadão Conteúdo
27/06/2020 às 11:28.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:11
Blogueiro Oswaldo Eustáquio já teve sigilo fiscal e bancário quebrado (Reprodução/Youtube)

Blogueiro Oswaldo Eustáquio já teve sigilo fiscal e bancário quebrado (Reprodução/Youtube)

A Polícia Federal prendeu ontem o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, investigado no inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos no País. Ele foi detido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A prisão é temporária, de cinco dias. A Polícia Federal identificou risco de que ele pudesse fugir do País e que poderia estar em contato com outros investigados através de terceiros. Oswaldo teve o sigilo financeiro e bancário quebrado por ordem do ministro Alexandre de Moraes na semana passada, que também cobrou o envio de relatórios financeiros e pagamentos efetuados ao blogueiro pela monetização de vídeos e publicações feitas em redes sociais. A quebra de sigilo engloba o período de 19 de abril do ano passado, o Dia do Exército, 'marco mais remoto que se pode cogitar do início de eventual concertação para organizar os atos antidemocráticos em apuração', até o dia 3 de maio deste ano - 'data da manifestação imediatamente seguinte à que aconteceu durante a celebração daquela efeméride neste ano'. A sede de uma empresa de comunicação da qual Oswaldo é sócio-administrador em Curitiba foi alvo de buscas e apreensões pela Polícia Federal na semana passada. O blogueiro mantém um site em que defende medidas e propostas caras ao Planalto, suas publicações são replicadas pelos filhos do presidente nas redes sociais. O blogueiro foi detido no mesmo inquérito que levou à prisão a extremista Sara Giromini, solta nesta semana após dez dias de prisão provisória. Ambos são investigados por integrar núcleo de suposta organização criminosa que visa obter ganhos econômicos e políticos com a divulgação e coordenação de atos antidemocráticos no País. O inquérito está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Além dele, outras seis pessoas já foram presas durante a investigação a pedido da Procuradoria-Geral da República. Todos eles foram soltos nesta semana, mas serão monitorados por tornozeleira eletrônica. Pelas redes sociais, Oswaldo afirmou que o seu 'núcleo de jornalismo investigativo' estava na fronteira com o Paraguai para desvendar o 'segredo do sucesso' do País no combate ao novo coronavírus, afirmando que seria a abertura do comércio. Ao constatar que ele foi a Ponta Porã, a Polícia suspeitou que estava planejando fugir. Oswaldo foi condenado em fevereiro a indenizar o jornalista Glenn Greenwald por ter ofendido a mãe dele, Arlene Greenwald, que morreu em dezembro vítima de um tumor no cérebro. Meses antes, o militante postou nas redes que a doença da mãe de Glenn era mentira. A mulher dele, Sandra Terena, é secretária nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

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