Forças de segurança egípcias mataram neste sábado 40 homens suspeitos de terrorismo durante várias operações no Egito, um dia após o ataque a um ônibus turístico vietnamita, o primeiro em mais de um ano em um país que fez da luta antiterrorista uma prioridade
Forças de segurança egípcias mataram neste sábado 40 homens suspeitos de terrorismo durante várias operações no Egito, um dia após o ataque a um ônibus turístico vietnamita, o primeiro em mais de um ano em um país que fez da luta antiterrorista uma prioridade.Três turistas vietnamitas e seu guia egípcio foram mortos na sexta-feira pela explosão de uma bomba caseira na passagem do ônibus em que viajavam perto do local das Pirâmides de Gizé, nos arredores do Cairo. O Ministério Público informou que uma investigação foi aberta sobre o ataque, que também deixou 11 turistas e o motorista do veículo ferido.As operações foram dirigidas contra supostos combatentes jihadistas em Gizé, onde o ataque ocorreu, e no norte do Sinai (leste), de acordo com o ministério."Quarenta terroristas morreram em operações de segurança, 30 na região de Gizé e 10 no norte do Sinai", segundo a mesma fonte. "Eles planejaram uma série de ataques contra o setor turístico, locais de culto cristão e forças de segurança", acrescentou.O ministério não vinculou essas operações policiais com o ataque na sexta-feira - que não foi reivindicado -, mas uma fonte de segurança disse que eles foram realizados no sábado bem cedo, portanto, logo após o ataque.- Frenesi turístico continua -Muitos turistas percorriam neste sábado o local das pirâmides de Gizé, perto do Cairo, um dia após o atentado."Acho que o terrorismo atinge todas as partes do mundo", considera Somang Yang, turista sul-coreana de 32 anos que se mostra muito tranquila.Os ataques no Egito se multiplicaram, especialmente contra as forças de segurança e a minoria cristã copta, desde que o Exército derrubou o presidente islâmico Mohamed Mursi em 2013.O presidente egípcio, Abdel Fata al Sisi, decretou estado de emergência após os ataques às igrejas em abril de 2017, uma medida continuamente renovada desde então.O ataque na sexta-feira é o primeiro contra turistas desde julho de 2017. O crucial setor turístico egípcio foi muito afetado pela instabilidade política e pelos ataques de movimentos extremistas, como o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), após a revolução de 2011, que depôs o todo-poderoso presidente Hosni Mubarak do poder"Esse ataque enfraquece a mensagem do governo egípcio de que o país é seguro para os turistas", disse Zack Gold, especialista em questões de segurança no Oriente Médio e analista do centro americano de pesquisas CNA, falando à AFP. A mídia egípcia exibiu neste sábado, na televisão e nas redes sociais, fotos dos supostos jihadistas mortos.- Impacto -"Estamos todos muito chocados" ao ver homens ensanguentados, com o rosto borrado e uma arma na mão, em esconderijos, declarou à AFP Nguyen Nguyen Vu, 47 anos, irmão de um dos turistas assassinados, Nguyen Thuy Quynh, de 56 anos. O ministro egípcio do Turismo anunciou que estava em contato com a embaixada do Vietnã para "facilitar os procedimentos de viagem para as famílias dos feridos que desejarem viajar ao Egito". O maior ataque contra turistas, que foi o golpe mais duro para o setor, remonta a 31 de outubro de 2015. O EI reivindicou a autoria de um ataque com bomba no qual 224 ocupantes de aviões russos foram mortos após a decolagem do resort de Sharm el-Sheikh, no Sinai.O Egito registrou recentemente uma recuperação no setor de turismo, com 8,2 milhões de visitantes em 2017, segundo dados oficiais. Mas o país ainda está longe dos 14,7 milhões de turistas em 2010.