As autoridades alemães questionaram a Polícia, nesta quarta-feira (29), depois que a extrema direita divulgou na Internet o mandado de prisão de um suspeito do homicídio ocorrido em Chemnitz, episódio que deu lugar a atos de violência por parte de neonazistas
As autoridades alemães questionaram a Polícia, nesta quarta-feira (29), depois que a extrema direita divulgou na Internet o mandado de prisão de um suspeito do homicídio ocorrido em Chemnitz, episódio que deu lugar a atos de violência por parte de neonazistas."Deve ficar claro que não se continuará a tolerar certas coisas na Polícia", disse Martin Dulig, o vice-ministro presidente da região da Saxônia (leste), onde fica a localidade de Chemnitz, em entrevista à rádio pública regional MDR."Não é possível que haja policiais que pensem que podem vazar coisas, quando sabem perfeitamente que estão cometendo um crime", insistiu."Temos um grande problema para solucionar, é um ato lamentável", acrescentou.Militantes de extrema direita fizeram circular ontem, nas redes sociais, uma cópia de um dos dois mandados de prisão emitidos na segunda-feira pela Justiça alemã contra um iraquiano e um sírio. Os dois jovens, na faixa dos 20 anos, são suspeitos de terem esfaqueado um alemão de 35 na madrugada de domingo em Chemnitz.A cópia deste documento confidencial foi divulgada e depois retirada por um grupo nanico local de extrema direita Pro Chemnitz, uma filial do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) e o Pegida, informou a rede pública ARD.Nela aparece o nome de um dos dois suspeitos, assim como de testemunhas e da juíza encarregada do caso, com detalhes sobre as circunstâncias deste assassinato.A morte provocou violentos confrontos no domingo e na segunda-feira entre policiais e simpatizantes de extrema direita, entre eles neonazistas, que participaram de perseguições nas ruas contra pessoas de aparência estrangeira.Fronteiriça com a Polônia e com a República Tcheca, a região da Saxônia se tornou um bastião da extrema direita, onde obteve seu melhor resultado eleitoral nas legislativas de 2017.A Polícia é, com frequência, acusada da conluio com este movimento, o que seus dirigentes negam.yap/ylf/cac/sgf/zm/tt