Formado por PSDB, DEM e PV, com 16 membros, a oposição é o segundo maior bloco da Casa. Já o governo tem 14 senadores do PT e PDT
Com 18 senadores, o partido representa o maior grupo na Casa e indicará cinco senadores. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Com a decisão de compor a comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado de acordo com a proporcionalidade dos blocos partidários, o PMDB terá direito a indicar o maior número de integrantes titulares para o colegiado. Com 18 senadores, o partido representa o maior grupo na Casa e indicará cinco senadores. Já os blocos de apoio ao governo e de oposição poderão indicar o mesmo número de integrantes, quatro cada um. Formado por PSDB, DEM e PV, com 16 membros, a oposição é o segundo maior bloco da Casa. Já o governo tem 14 senadores do PT e PDT. Os blocos Democracia Progressista (PP, PSD) e Socialismo e Democracia (PSB, PPS, PcdoB e Rede), ambos com dez integrantes cada um, poderão indicar três titulares cada para a comissão. Apesar de também ter dez senadores, o bloco Moderador (PTB, PR, PSC, PRB e PTC) acabou ficando com apenas duas indicações. A divisão de espaço entre estes três blocos foi definida em uma reunião na terça. O Senado já recebeu nesta terça mesmo as primeiras indicações nos nomes para a comissão. Seguindo a mesma proporcionalidade indicada para os titulares, os blocos também apresentarão nomes para a suplência das 21 vagas da comissão. A definição sobre a composição da comissão foi tomada por todos os senadores em uma tensa reunião realizada na terça-feira. Por 41 votos a favor e 40 contrários, os senadores derrubaram a ideia de dividir o colegiado de acordo com o tamanho dos partidos. A decisão foi tomada para contemplar a indicação dos nomes de seis partidos que possuem apenas um senador. Os senadores Reguffe (DF), Walter Pinheiro (BA) e Delcídio do Amaral (MS) atualmente não fazem parte de nenhum partido e, por isso, ficarão de fora da comissão especial. Eles, no entanto, votam em todas as deliberações do plenário da Casa, como a que definirá sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Pressão O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu remarcar a data em que a composição da comissão especial do impeachment será votada no Senado. Antes agendada para a próxima terça-feira, 26, a votação acontecerá um dia antes. O entendimento veio após uma cobrança do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). A decisão pode adiantar em uma semana a votação do afastamento da presidente. Diferentemente de outros membros da oposição, que tentaram um combate direto com Renan Calheiros, Aécio se colocou de forma mais moderada, disse que acatava as decisões do presidente do Senado, mas pediu que houvesse deliberações relacionadas ao impeachment de segunda à sexta, independentemente da sessão ser ou não ordinária. Na decisão anterior, Renan determinou que os líderes partidários indicassem os membros para participar da comissão até a próxima sexta-feira, 22. A votação em plenário, que elege a comissão, aconteceria apenas na terça-feira, quando acontecesse a próxima sessão ordinária. Com o pedido de Aécio, a votação foi antecipada para a próxima segunda-feira, 25. Apesar da alteração de data ser apenas de um dia, ela pode adiantar em quase uma semana a votação em plenário da instauração do processo de impeachment, que pode afastar a presidente. Com a votação na próxima segunda, a comissão deve se reunir até quarta-feira para definir os nomes para presidência e relatoria. A partir daí, o relator terá até dez dias úteis para apresentar e votar seu parecer na comissão. Respeitando esse prazo, a votação que há poucas horas estava prevista para 17/5 pode acontecer entre 10 e 11 de maio. Leitura O primeiro-secretário do Senado, Vicentinho Alves (PR-TO), leu na terça à tarde a denúncia de pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, marcando o início oficial do processo no Senado Federal. O texto, assinado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informa que o processo de impeachment foi autorizado por crime de responsabilidade por concessão de créditos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional.